A história da indústria automóvel portuguesa está cheia de bons exemplos do significado do empreendedorismo luso, da vontade de “dar novos Mundos ao Mundo”, da enorme capacidade de deitar mãos à obra e transformar ideias em realidade. Em todos eles encontramos algo que os une: um ou dois “génios” que, por vezes não da forma mais óbvia, ou tendo que ultrapassar obstáculos mais inusitados, acabam por levar a bom porto algo com que sonharam. A Adamastor tem muito de tudo isto. Muito de idealismo, muita paixão, mais, paralelamente, muito de saber fazer… O resultado é apresentado hoje: o FURIA!
Um supercarro é, na sua essência, um automóvel desportivo exclusivo de elevado desempenho, sendo composto por componentes específicos de superior qualidade, oferecendo mais potência e tecnologia de ponta a entusiastas e colecionadores de todo o mundo. É precisamente neste segmento, também ele “super” ao nível da exclusividade, que a Adamastor se quer posicionar.
O constante crescimento e desenvolvimento da sociedade e economia tem sido favorável à expansão do número de consumidores mais abastados, muitos deles clientes regulares da restrita categoria dos supercarros. É por isso expectável que a procura por supercarros continue a aumentar, favorecendo igualmente o crescimento do setor.
Um estudo recente sobre o mercado global de supercarros revela que este atingiu um valor de cerca de 16 mil milhões de euros em 2022. Espera-se que, até 2028, este valor atinja os 20 mil milhões. Com base nesta previsão de crescimento, é igualmente previsível que a concorrência se torne, também ela, cada vez mais intensa, com todos os desafios técnicos e de capital a conduzirem a uma grande concentração de mercado, nunca esquecendo o longo processo de conceção e desenvolvimento de um supercarro até à sua produção.
No entanto, o rigor de construção, a experiência de condução e o design e a tecnologia de alto nível são igualmente responsáveis por colocar o segmento de mercado da Adamastor na vanguarda da evolução da perícia, I&D e conhecimento técnico nesta categoria de topo da emocionante indústria automóvel. É precisamente aí que a Adamastor se quer colocar, com a apresentação do Furia, na frente do pelotão.
Um pouco de história
No Porto, já bem dentro do Século XXI e a atravessar mais uma das tantas crises que temos vivido, o objetivo era dar forma a um projeto que envolvesse empresas e universidades em torno de uma paixão: os Automóveis.
Foi assim que tudo começou, corria o ano de 2010! Ricardo Quintas e Nuno Faria, sócios e fundadores da Adamastor, decidiram concretizar o desejo de aproximar estas duas realidades que, por motivos diversos, nem sempre têm uma relação tão próxima quanto deveriam ter, o mundo académico e o meio empresarial.
O automóvel foi, assim, assumido como o caminho para esse objetivo, o apaixonante elo em comum que permitiria unir dois âmbitos tão próximos e, ao mesmo tempo, muitas das vezes, igualmente distantes. Para tal foi posto em prática o desenvolvimento de um projeto de um veículo de competição e, em colaboração com universidades nacionais de engenharia, gestão e marketing, motivar a construção do mesmo, potenciando as capacidades dos alunos envolvidos, num processo devidamente sustentado por um empresário que serviria como mentor do projeto.
Numa primeira fase, a Adamastor, representada pelos seus dois “pais” deslocou-se a Birmingham, a uma feira de automóveis, de forma a fazer um reconhecimento de potenciais modelos que pudessem ser interessantes de incluir no projeto, tais como uma réplica do Lotus Seven.
Todavia, ainda que, já em Portugal, o projeto não tenha tido a adesão esperada, a Adamastor viu nesse obstáculo no caminho uma verdadeira oportunidade: a de construir, pelas suas próprias mãos, automóveis.
Mas para isso, havia que ganhar experiência, colocar as mãos ao trabalho e atrair engenheiros para a família Adamastor. Assim, após algumas experiências iniciais com automóveis de produção comprados especificamente com o propósito de desenvolver as suas capacidades, entra na equipa Frederico Ribeiro com o intuito de se começar a trabalhar num automóvel completamente novo que pudesse, por exemplo, vir a servir de base a uma competição destinada a alunos das universidades. A Adamastor quis, desta forma, lançar novamente a primeira pedra de uma colaboração entre as empresas e o meio académico e, assim, concretizar a sua visão inicial de aproximação entre ambos.
Estavam, também assim, definidos os pilares sobre os quais assentaria a Adamastor do futuro, tendo os trabalhos da pequena equipa recentemente formada começado na casa de um dos fundadores, com a construção das primeiras maquetes em esferovite. Mais tarde, ocuparam então o seu primeiro atelier de trabalho, numas pequenas instalações alugadas no Porto.
É nesta altura que nasce o primeiro chassis da Adamastor, o P001 – desenhado por Ricardo Ribeiro – estrutura que veio mais tarde a ser redesenhada, já com o contributo de Frederico Ribeiro, de forma a proporcionar um habitáculo mais espaçoso ao condutor e passageiro. O chassis P001 evolui para o P002, estrutura que utilizava uma mecânica Volkswagen/Skoda comprada para esta fase inicial de desenvolvimento, e que permitiu à equipa, uma vez mais, validar as suas capacidades e desenvolver ainda mais os conhecimentos necessários para tornar o seu chassis cada vez melhor e mais evoluído.
Deste trabalho efetuado e dos inerentes e muito valorizados erros de aprendizagem, nasce o terceiro chassis, o P003.
O nascimento deste novo chassis é, como se compreende, um dos momentos de viragem da história da Adamastor, em que a empresa sentiu inclusivamente a necessidade de ampliar o investimento em tecnologia que permitisse atingir o nível de execução e precisão desejado, evitando, cada vez mais, a dependência de fornecedores exteriores que pudesse atrasar o cumprimento dos prazos estabelecidos internamente.
O chassis P003 foi, assim, integralmente concebido pela Adamastor, com base em todo o know-how adquirido até ao momento, com as tolerâncias e precisão milimétrica exigidas pelo projeto. A terceira estrutura concebida pela Adamastor foi a única que veio a receber uma carroçaria, com um design que resulta de um conjunto de ideias da equipa e que visam reproduzir as linhas de vários modelos por si apreciados.
Foi escolhida uma mecânica Toyota para propulsionar o P003 e foi entregue a Alfredo Matos a responsabilidade de afinar o chassis Adamastor de forma a potenciar o seu desempenho dinâmico. No traçado do circuito de Braga, o P003 reduziu, desta forma, o tempo da sua melhor volta em cerca de 4 segundos, deixando a Adamastor numa posição confortável para se assumir como uma empresa com capacidade própria para a produção de um automóvel de elevada performance.
A rede de parceiros desenvolvida ao longo de todo o processo de crescimento da Adamastor é, igualmente, outra das suas mais-valias, atraindo para si a excelência e competência técnica de profissionais com vasta experiência no mundo da competição, inclusivamente da disciplina rainha, a Fórmula 1 e de estruturas de inquestionável reputação como a M-Sport.
Mais do que meros fornecedores de componentes e serviços, começava a reunir-se uma equipa que dá o contributo, a experiência e os conhecimentos que o projeto exige e que hoje acaba por constituir a espinha dorsal da empresa e que lhe permite encarar com todas as ferramentas os desafios futuros inerentes à sua enorme ambição de crescimento.
O objetivo a que a Adamastor se propôs foi alcançado, é verdade, mas todos o sabiam, essa ambição de crescer e a paixão partilhadas por todos os envolvidos não permitiam que ficassem por ali. Uma decisão tinha de ser tomada e a Adamastor viu-se num momento crucial do seu crescimento.
À sua frente, dois caminhos a seguir, nenhum deles fácil, mas um, assumidamente mais desafiante, exprime na perfeição a sua visão, os seus valores e, acima de tudo, a sua paixão pelos automóveis.
Em cima da mesa, uma primeira possibilidade, a de continuar a evoluir o P003 com o objetivo de entrar no mercado dos kit cars, dos veículos recreativos apontados aos track days, um nicho dominado pelas marcas britânicas, que se alimentam num mercado em permanente ebulição e que, naturalmente por isso, conseguem aniquilar a concorrência; ou, mais em linha com a ambição transversal a todos os envolvidos, assumir um maior desafio e passar à fase seguinte, dando o salto para o desenvolvimento de um novo automóvel que pudesse inclusivamente competir sob a regulamentação da categoria de automóveis GT.
A 19 de junho de 2019 dá-se, assim, uma viragem crucial na empresa. Reunidos os investidores e chamada a equipa técnica, na casa de Ricardo Quintas é tomada a decisão final de se avançar para a produção de um veículo de competição GT.
Neste que foi o dia D para a Adamastor, o projeto ganhava, e após aturada discussão, um novo rumo, uma nova vida e o sonho da empresa e dos seus criadores começava a ganhar forma. Nesta fase, e com o contributo de Alfredo Matos e Frederico Ribeiro, são elaborados estudos de engenharia, de posicionamento de negócio, bem como outros que visavam analisar os mercados de competição dos GT.
A equipa cresce e, obrigatoriamente, as instalações também, com a Adamastor a mudar-se para a zona de Perafita onde atualmente dispõe de uma área de trabalho de cerca de 2225 metros quadrados, com potencial de expansão para 5000 metros quadrados, espaço que lhe permite cumprir o seu plano de crescimento, sustentado pelo fortalecimento dos meios humanos e departamento técnico.
Depois da reformulação do projeto, iniciam-se os trabalhos de desenvolvimento do novo automóvel da “nova” Adamastor, um veículo construído em fibra de carbono, à volta do seu elevado e eficiente desempenho aerodinâmico. Por um lado, dada a sua importância no âmbito da competição, por outro, evitando assim uma dependência tão grande da mecânica, simplificando a receita e a abordagem, mas mantendo, sempre, o foco na máxima performance e competitividade. A aerodinâmica ditou as leis e o ar ditou a forma e as linhas do design exterior do novo Adamastor.
O projeto arrancou, assim, com base numa mecânica de origem Ford e evoluiu de uma forma tão positiva, com resultados em software CFD tão animadores e motivadores, que a médio prazo a equipa viu-se obrigada a ponderar a reformulação do plano inicial e uma possível decisão de se elevar ainda mais a fasquia.
Meios humanos e técnicos de topo para construir o primeiro Superdesportivo português, o Adamastor Furia
Com uma equipa de trabalho que reúne catorze elementos com formação académica e profissional nas áreas da engenharia, produção e design – para além de uma rede internacional de parcerias que lhe proporciona o acesso às mais recentes tecnologias – a Adamastor está a impulsionar e materializar a sua visão de um moderno supercarro a partir da sua fábrica e centro de engenharia na zona de Perafita, no Porto.
A fábrica da Adamastor compreende atualmente uma área de trabalho de cerca de 2.225 metros quadrados, com um potencial de expansão até 5.000 metros quadrados que lhe permitirá, no futuro, colocar em prática, de uma forma faseada e sustentada, o seu plano de crescimento, quer ao nível técnico, quer dos meios humanos.
A Adamastor está plenamente focada no seu objetivo de se assumir como um construtor de supercarros de baixo volume de referência, assumindo, igualmente, o posicionamento e compromisso de se estabelecer como um centro de engenharia de excelência, através do qual proporcionará serviços de consultoria, projeto e conceção de tecnologia de vanguarda.
Entre as suas capacidades e competências, destacam-se as instalações de maquinagem CNC, a produção de peças em materiais compósitos, bem como a utilização da mais recente tecnologia de impressão 3D. Nos seus projetos de engenharia são ainda utilizados os mais evoluídos softwares de desenho, simulação e otimização mecânicos, bem como exploradas as enormes potencialidades de ferramentas como a realidade virtual.
Seguindo uma abordagem de produção artesanal, o conceito de fabrico da Adamastor assenta no princípio “assembly bay”, em que uma equipa técnica altamente especializada será integralmente responsável por todo o processo de conceção de cada veículo, fomentando, desde logo, uma maior ligação emocional entre a vertente humana e material que será, sempre, a inspiração pela qual se pauta a excelência do trabalho e qualidade de execução da Adamastor e da sua altamente qualificada equipa técnica.
Da atual equipa permanente da Adamastor fazem parte:
- Daniel Lopes, Técnico de Compósitos formado em Artes e com um grande gosto por trabalhos manuais, possui, igualmente, formação de Lay-Up pela Caetano Aeronautic, SA, tendo trabalhado, por exemplo, com fibra de carbono seca, fibra de vidro seca, kevlar e malha de cobre;
- Diogo Matos, formado em Engenheira Mecânica pelo ISEP – Instituto de Engenharia Mecânica do Porto, desempenha atualmente funções de engenharia na Adamastor. Conta, igualmente, com experiência em robótica, na construção de chassis tubulares e de assistência a equipas de competição automóvel.
- Frederico Ribeiro, Mestre em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Diretor de Engenharia da Adamastor desde a sua formação e o responsável pelo projeto, desenho e simulação de componentes estruturais. Conta com uma vasta experiência profissional no âmbito da competição automóvel, tendo colaborado com estruturas de renome como a Speedy Motorsport e a Veloso Motorsport como Engenheiro de Corrida;
- Gerardo Menezes, Mestre em Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, assume as funções de Gestor de Produção na Adamastor. Conta com 5 anos de formação de condução desportiva em karting, gestão de corrida e mecânica automóvel;
- João Ginete, formado em Engenharia Aeronáutica pela Universidade de Bristol, é o Chefe de Aerodinâmica da Adamastor. A sua experiência profissional inclui funções na McLaren Racing, Red Bull Racing e Red Bull Advanced Technologies, tendo colaborado em projetos como o Aston Martin Valkyrie, bem como nos monolugares de Fórmula 1 que tanto sucesso têm granjeado ao longo dos últimos anos;
- João Passos assume na Adamastor as funções de Coordenador de Produção e Equipa de Competição, contando com uma vasta experiência profissional no projeto e construção de viaturas de competição. Em conjunto com o falecido Alfredo Matos, fundou a DBE Chassis and Suspension Engineering, empresa com um vasto currículo na afinação de automóveis de competição, sejam veículos clássicos ou modelos contemporâneos.
- Nuno Silva desempenha as funções de Técnico de Compósitos na Adamastor. Com mais de 15 anos de experiência em laminação de fibras e outros materiais compósitos, executa, atualmente, as tarefas de corte de núcleos e tratamento de placas de epoxy para laminação, bem como de fabricação de moldes e laminação de peças monolíticos.
- Olivia Quintas, formada em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Administração e Gestão, assume as funções de Gestora de Marketing na Adamastor.
- Pedro Abreu, Mestre em Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, assume as funções de Engenheiro de Produção na Adamastor. Com experiência em vários softwares de modelação CAD, CAM e FEA, conta, também, com conhecimentos teórico-práticos dos processos de fabrico de peças em materiais compósitos.
- Ricardo Quintas, formado em Gestão e Administração pelo Instituto Superior de Administração e Gestão, é o Diretor Executivo (CEO) e um dos fundadores da Adamastor. Com uma vasta experiência em cargos de Direção e Gestão de várias empresas nas mais variadas áreas de negócio, Ricardo Quintas é uma das forças impulsionadoras da Adamastor.
- Rodrigo Soares desempenha funções de Técnico de Compósitos e de Manutenção Automóvel na Adamastor.
- Samuel Busovsky, formado em Industrial Design & Technology pela Brunel University London, é o Diretor de Design da Adamastor desde julho de 2019. Conta com uma vasta experiência com software de modelação CAD e é o responsável pelo design do interior do novo automóvel da Adamastor, incluindo todas as suas fases de conceção, desde o projeto e modelação à conformidade com a legislação aplicável.
- Vítor Batista desempenha funções de Técnico de Compósitos na Adamastor. Conta com uma vasta formação e experiência enquanto laminador de materiais compósitos adquirida, principalmente, na Caetano Aeronautic, SA.
- Víctor Pinto assume as funções de Técnico de Compósitos na Adamastor. Com uma extensa experiência profissional nas mais diversas áreas da produção, como carpintaria, operador de corte e maquinagem CNC, laminador de vácuo e infusão de compósitos em fibra de carbono, é um dos membros mais recentes da equipa de laminadores da Adamastor.
Este é o capital humano que dá corpo à atividade da Adamastor. Uma estrutura multifacetada que opera na unidade de Perafita, a partir da qual, além do Superdesportivo agora apresentado, já fornece componentes para vários clientes, nomeadamente carroçarias e depósitos de combustível em fibra de carbono, hélices para produção de energia eólica, entre outros componentes e equipamentos.
Foi aproveitando todo o “know how” da equipa de colaboradores e a experiência entretanto acumulada nas mais variadas áreas de produção industrial que conduziu a Adamastor ao lançamento do primeiro Supercarro nascido em solo português.
Onde é produzido o primeiro supercarro português?
Foi a partir das suas instalações em Perafita, na periferia do Porto, que a Adamastor trabalhou no desenvolvimento do primeiro supercarro português. Mas a equipa de trabalho altamente especializada nas áreas da engenharia, produção e design dispõe igualmente dos meios técnicos e humanos para a conceção, desenvolvimento e produção das suas próprias ferramentas, equipamentos e outros componentes, assumindo, igualmente, o compromisso de se assumir como um líder na execução de projetos de engenharia de excelência a nível internacional, com um foco especial na conceção de componentes em fibra de carbono da mais alta qualidade. Nasceu, assim, a Adamastor Advanced Technologies.
Apesar de plenamente focada no objetivo de conquistar o seu espaço no exclusivo segmento dos supercarros de baixo volume de produção, a empresa portuguesa assume, também, o objetivo de se estabelecer como um centro de excelência ao providenciar serviços de consultoria, projeto e conceção de engenharia através da Adamastor Advanced Technologies.
Para o conseguir, recorre a soluções técnicas de vanguarda, desde as fases de desenho até à validação, passando, obviamente, pelo desenvolvimento e produção, dispondo, em pleno, das capacidades e competências que lhe permitem, por exemplo, destacar-se como um dos principais intervenientes da indústria da produção de componentes em fibra de carbono para aplicação na exigente indústria automóvel, no setor das novas soluções de mobilidade e no desafiante mundo da competição, demonstrando, ao mesmo tempo, a sua capacidade de adaptação a uma indústria em constante transformação e evolução.
Desde a evoluída tecnologia de maquinagem CNC até às modernas ferramentas de impressão 3D, passando ainda pela acima mencionada produção de componentes em fibra de carbono, a experiência, perícia e serviço de excelência da Adamastor Advanced Technologies levou-a a ser a escolha de clientes com necessidades específicas, tais como para a produção de carroçarias e depósitos de combustível em fibra de carbono para veículos todo-o-terreno de competição, hélices para produção de energia eólica, entre outros componentes de elevada precisão, em que as reduzidas tolerâncias são cruciais para a aplicação e consequente correto funcionamento do componente em condições de trabalho.
Neste âmbito, a rede de parcerias da Adamastor é igualmente outro dos seus principais ativos. Cada um dos seus parceiros oferece a experiência e o conhecimento técnico necessários para atingir os melhores resultados, respondendo aos elevados padrões de qualidade e exigência dos seus clientes. São disso exemplo as parcerias com a Creodynamics – simulação virtual de um túnel de vento com software CFD (Computational Fluid Dynamics), tal como utilizado na Fórmula 1; com a Canopy – simulação virtual de corrida e de tempos por volta utilizados por algumas das equipas do Campeonato do Mundo de Resistência da FIA e da Fórmula 2; e com a Altair – software de simulação FEA (Finite Element Analysis).
Na vertente de modelação 3D, a equipa da Adamastor dispõe também das competências e das mais avançadas ferramentas disponíveis para o desenvolvimento de projetos de renderização e de modelação de componentes e sistemas associados. Entre os vários projetos de tecnologia internos da Adamastor, destaca-se um sistema de suspensão inovador totalmente desenvolvido “in house”, registado e publicado sob uma patente internacional. O domínio de ferramentas de desenho assistido por computador e simulação como os softwares Solidworks e Siemens NX permitem à Adamastor Advanced Technologies cobrir todas as fases de projeto de modelação de componentes, desde o desenho até à produção da imprescindível documentação técnica.
No campo da prototipagem, a Adamastor dispõe de capacidade de produção de pequenas séries de maquetes e protótipos, bem como de fabrico de moldes e compósitos e no que à simulação diz respeito, para além das capacidades acima mencionadas, está igualmente apta a desenvolver estudos ao nível da produção, nomeadamente no respeitante a processos de fundição, injeção e estampagem.
A empresa está neste momento envolvida num projeto de investigação e de desenvolvimento de conceito, no âmbito da produção de estruturas para acomodar baterias para automóveis elétricos, posicionando-se, graças à sua competência e tecnologias desenvolvidas internamente, na vanguarda do setor automóvel.
A Adamastor orgulha-se também da certificação atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI) pela idoneidade na prática de atividades de investigação e desenvolvimento. A empresa portuguesa é, orgulhosamente, uma das 600 oficialmente acreditadas em Portugal e dispõe, atualmente, através da Adamastor Advanced Technologies, de uma das mais completas e bem preparadas estruturas para a produção integral de projetos de engenharia, abrangendo as etapas de análise de mercado, conceção e execução do plano de fabrico, licenciamento do produto e desenvolvimento das suas linhas de montagem, até à entrega final ao cliente.
A aerodinâmica como pilar central do design e desenvolvimento do primeiro Supercarro Português
Seja ao percorrer uma das melhores estradas do planeta ou ao fintar a física sobre o asfalto de qualquer circuito mundial, a aerodinâmica desempenha um papel absolutamente crucial na eficiência e performance do supercarro da Adamastor.
Não há outra forma de o dizer: a função definiu a forma. O primeiro supercarro português nasceu de uma folha em branco e o processo de design foi integralmente liderado pelo responsável pela aerodinâmica. É esta a importância da aerodinâmica na performance de um supercarro e a Adamastor sabe-o bem. Com base no software CAD Siemens NX, o departamento de design desenvolveu, com total liberdade criativa, a elaborada carroçaria do novo Adamastor com vista à melhor eficiência e superior desempenho em condução desportiva.
Numa segunda fase, e depois de concebida a configuração base, a equipa do centro de engenharia da Adamastor dedicou-se a definir os espaços ocupados pelos principais componentes. Neste aspeto, foi essencial o trabalho dos restantes departamentos – dinâmica, powertrain, interior, estruturas – os quais criaram as soluções necessárias para otimizar o espaço de instalação, bem como a melhor performance dos respetivos componentes. As superfícies aerodinâmicas em fibra de carbono, o fundo com efeito Venturi – conceito responsável por uma grande parte do downforce gerado, permitindo prescindir de componentes como ailerons – e o design global foram igualmente otimizados através de simulação CFD – Computational Fluid Dynamics (125 casos diferentes, incluindo safety cases).
Recorrendo às mais evoluídas tecnologias e softwares de simulação, a Adamastor realizou mais de 30.000 voltas para afinar, ao detalhe, e evoluir a performance do seu supercarro, validando o comportamento do chassis e a sua dinâmica sob as condições mais exigentes de utilização. Foram inclusivamente definidos objetivos em termos de tempos por volta em simulador, registos que foram facilmente superados pelo supercarro da Adamastor. A equipa definiu, também, metas específicas em termos do desempenho dinâmico, focando-se em áreas como a essencial rigidez estrutural, o peso e a localização do centro de gravidade.
Os componentes foram ainda alvo de uma otimização estrutural com recurso a simulação FEA – Finite Element Analysis, bem como a algoritmos específicos. Só o chassis passou por mais de 100 iterações, considerando elementos como o design e, por exemplo, a definição do laminado. Todos os moldes e masters foram alvo de nova otimização com vista à redução do seu tempo de fabrico e do desperdício de material utilizado na sua construção.
Todo o trabalho efetuado ao nível da aerodinâmica traduziu-se em resultados – em ambiente de simulação – muito encorajadores, com o supercarro da Adamastor a impor-se, em termos de downforce, aos monolugares de Fórmula 2 e Fórmula 3 das temporadas de 2021, bem como a modelos das categorias GT3 e LMP2. E isto sem o recurso à habitual asa traseira de grandes dimensões. Já em termos de coeficiente de arrasto, os resultados obtidos foram, igualmente, animadores, tendo sido possível, inclusivamente, superar o desempenho de um monolugar de Fórmula 1 da época de 2021.
A Adamastor continua a implementar o seu plano, passo a passo, com recurso à sua equipa multifacetada com experiência adquirida no mundo da Fórmula 1 e dos GT, impulsionando e materializando a sua visão de um moderno supercarro. Um veículo concebido com recurso às mais recentes tecnologias, a partir da sua fábrica e centro de engenharia na zona de Perafita, no Porto, com vista à conquista da sua página na história automóvel e nacional, assumindo-se como o construtor do primeiro supercarro desenhado, desenvolvido e produzido em Portugal.
A agenda para a recuperação do setor de componentes para automóveis
A Adamastor marcou presença na “European Conference on the Structural Integrity of Additively Manufactured Materials”, assinalando, desta forma, a sua entrada no projeto Hi-rEV – Recovery of the Automotive Components Sector, a agenda para a recuperação do setor de componentes automóvel.
No âmbito do inovador projeto, a Adamastor assumiu o compromisso de implementar toda a sua experiência e competências na produção de componentes em fibra de carbono, promovendo operações de investigação e desenvolvimento. Esta é apenas uma das formas com que a Adamastor contribuirá para este consórcio que visa agregar empresas relevantes do setor e cujo objetivo é promover as essenciais mudanças disruptivas no setor, as quais permitirão às empresas adaptar-se e providenciar uma resposta adequada às metas estabelecidas para a transição energética.
Através do seu centro de engenharia de excelência, a empresa está, neste momento, envolvida num projeto de investigação e de desenvolvimento de conceito, no campo da produção de estruturas para acomodar baterias para automóveis elétricos, posicionando-se, na vanguarda do setor automóvel, graças à sua competência e tecnologias desenvolvidas “in-house”.
“Ao confiarmos nas características da fibra de carbono para o fabrico de componentes cruciais para o sector da mobilidade elétrica, beneficiamos da sua elevada resistência e baixo peso“, Frederico Ribeiro, Diretor de Engenharia da Adamastor.
Os componentes produzidos em fibra de carbono permitem, por um lado, oferecer soluções mais ligeiras, potenciando a autonomia dos veículos a que se destinam, bem como, por outro, proporcionar uma maior rigidez estrutural, beneficiando a essencial proteção das baterias e consequente segurança em caso de acidente. As estruturas desenvolvidas destinam-se a um abrangente conjunto de viaturas, desde o segmento da micromobilidade – em claro crescimento – ao dos veículos pesados de transporte de passageiros, onde se incluem os autocarros para transporte público de pessoas, um setor absolutamente essencial para se atingirem os objetivos estabelecidos no que às emissões de carbono diz respeito.
O Hi-rEV – Recuperação do Setor de Componentes Automóveis é um projeto em copromoção com mais 12 entidades, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência, agendas mobilizadoras para a inovação empresarial. Este projeto mobilizador procura unir diversas experiências e conhecimentos, quer dos copromotores industriais, quer dos copromotores do ENESI – Entidades não empresariais do Sistema Científico e Tecnológico Nacional – e associações, através da partilha de conhecimento, para impulsionar a transformação necessária para dar resposta às exigências do mercado futuro. Desta forma, tendo em comum os eixos de intervenção, foram definidos três pilares centrais para o projeto:
- Transição verde do setor produtor de componentes para automóvel;
- Transformação digital do sistema produtivo;
- Resiliência económica – Capacitação para novos processos/produtos para o veículo do futuro.
São estes pilares, comuns a todos os copromotores, que fornecem uma efetiva resposta aos novos desafios do setor de produção de componentes para automóveis e que impulsionam o aumento da resiliência pela especialização, adaptação aos mercados do futuro e eficiência, bem como o crescimento sustentável e inclusivo do próprio setor em que a retenção de capital humano e de elevado nível de qualificação assume um papel preponderante.
Ficha técnica – Adamastor Furia
Chassis:
Fibra de carbono
Dimensões exteriores
Comprimento: 4.560 mm
Largura: 2.212 mm
Altura: 1.098 mm
Peso: 1.100 kg (dry na versão Race)
Largura de vias
Dianteira: 1.755 mm
Traseira: 1.705 mm
Distância entre eixos: 2.800 mm
Suspensão
Geometria: triângulos duplos desacoplados, mola helicoidal sobre amortecedor
Afinações possíveis: toe, camber, caster, altura ao solo, roll stiffness, bump stiffness
Motor
Arquitetura: 6 cilindros em V, biturbo, de origem Ford Performance
Cilindrada: 3.5 litros
Potência máxima: + 650 cavalos
Binário máximo: + 571 Nm
Combustível: Gasolina; compatível com combustíveis sintéticos
Velocidade máxima: superior a 300 km/h na versão de estrada
Aceleração de 0 a 100 km/h: cerca de 3,5 segundos
Aceleração de 0 a 200 km/h: cerca de 10,2 segundos
Downforce máximo
Race: 250 km/h – 1.800 kg
Road: 250 km/h – 1.000 kg
Travões
Discos de 378 mm à frente e de 356 mm atrás. Pinças de 6 êmbolos à frente e de 4 êmbolos atrás. Variação da força de travagem disponível na versão Race.
Equipamento de série
ABS e TC
Opções de personalização:
A Adamastor permite uma grande liberdade de personalização do Furia, inclusivamente no design interior.
Produção prevista:
Série limitada de 60 unidades
Preço da versão de estrada (road legal):
Estimado em 1,6 milhões de euros + impostos
Furia: Em estrada, mas também nos circuitos mundiais
Assente num chassis monocoque integralmente construído em fibra de carbono, a versão de estrada do Furia combina exclusividade e liberdade de personalização com elevados níveis de performance. Desta forma, proporciona uma experiência de propriedade e condução absolutamente ímpares, enquanto, num mercado em pleno crescimento, se assume igualmente como um supercarro colecionável de enorme potencial de valorização, com uma produção limitada a apenas 60 unidades.
Ao mesmo tempo, e partindo da mesma base da versão road legal do Furia, o projeto de competição da Adamastor assumir-se-á como um conceito inovador no âmbito das competições da categoria GT. A elevada rigidez estrutural e leveza do chassis, aliada ao extenso trabalho realizado a nível aerodinâmico e engenharia são garantia de um elevado desempenho em pista, bem como de custos de operação e manutenção reduzidos.
O chassis #1 do Furia agora apresentado representa o início de uma nova era para a Adamastor, o ponto de partida a partir do qual irá concretizar a sua visão e estratégia, a de se assumir como um dos principais players no exclusivo segmento dos supercarros, um fabricante de automóveis de baixo volume com indiscutível apelo emocional e elevadíssima performance, em estrada, mas também nos circuitos mundiais.
Ricardo Quintas, fundador e CEO da Adamastor
Ricardo Quintas é um dos fundadores da Adamastor, ocupando atualmente a função de CEO da marca de supercarros portuguesa sediada no Porto. Uma marca que, partindo de uma folha em branco e apostando numa equipa que combina experiência com novos talentos, bem como tecnologia e ferramentas desenvolvidas internamente com soluções digitais de vanguarda, concebeu, desenvolveu e vai comercializar um supercarro de elevada performance com chegada prevista ao mercado já em 2025.
Haverá, seguramente, muitas mais questões a colocar e não será menos certo que o homem que fez nascer a Adamastor terá muito mais para contar sobre este sonho que agora se materializa. Todavia, em resultado de pouco mais de uma dezena de questões, Ricardo Quintas revela as linhas que cosem o presente e o futuro de um construtor de automóveis que representa, não apenas, mas acima de tudo, muita paixão.
Como nasce a Adamastor e como foi a sua evolução até ao presente?
A Adamastor surge em 2015 no seguimento de um objetivo inicial de fomentar parcerias entre o mundo académico e o mundo empresarial visando o desenvolvimento de novas tecnologias com assinatura totalmente portuguesa. A investigação realizada pelas universidades seria, no âmbito deste projeto, subsidiada pelas empresas. A Adamastor é o produto final desta ideia, a de aproximar duas vertentes indissociáveis, mas, por vezes, algo distantes. O desenvolvimento de um automóvel foi o caminho escolhido para esse fim.
Como foi formada a equipa da Adamastor? De quantos elementos dispõe atualmente?
A equipa começou por ser formada pelos sócios. Por mim e pelo Nuno Faria. Mais tarde juntaram-se a nós o Frederico Ribeiro e o Ricardo Ribeiro. Numa fase posterior chamámos outros engenheiros e mecânicos do meio universitário, ou que já conhecíamos, para engrossar as fileiras da empresa. A angariação de reforços acompanhou sempre as necessidades de evolução e de aquisição de novos conhecimentos técnicos. Metade da equipa é composta por ex-alunos formados na universidade e a outra metade constituída por técnicos especializados com elevada experiência adquirida no mercado. Estabelecemos, igualmente, parcerias com o INEGI e com a FEUP para fortalecer a nossa capacidade técnica e ir, assim, mais longe. A equipa Adamastor é composta, neste momento, por catorze elementos.
Por que razão faz sentido lançar uma marca de supercarros e não uma marca mais generalista, de volume?
Uma marca de volume obrigava a um investimento muito maior em várias áreas. Teríamos de competir com a Renault, a Citroën, ou a FIAT e iria exigir a construção de fábricas enormes. E depois há a questão do preço. Eu seria obrigado a propor algo verdadeiramente barato para conseguir entrar no mercado. Assim, decidimos apostar num setor de nicho, um produto raro, único, tecnologicamente avançado, em que o preço não é questão, mas sim a exclusividade e a performance. Com este investimento estamos a colocar a Adamastor no expoente máximo da tecnologia automóvel, a produzi-lo à mão, longe dos grandes volumes. Visitei recentemente a Ferrari e fiquei a saber que têm capacidade para produzir 61 automóveis por dia. Mas o nosso objetivo é produzir 25 automóveis por ano e que cada um deles seja feito em exclusivo por uma equipa, do início ao fim. O cliente, assim, conhece as pessoas que construíram o seu carro e pode dirigir-se a elas na eventualidade de qualquer problema. Queremos oferecer ao cliente a tecnologia mais recente. A nível aerodinâmico, por exemplo, no que diz respeito ao efeito de Venturi e efeito de solo, a Adamastor tinha já desenvolvido em 2019 tecnologia equivalente à utilizada atualmente na Fórmula 1. Para o conseguirmos, termos de nos adaptar às constantes mudanças e evoluções, por exemplo, ao nível das exigências da legislação de homologação. Queremos, também, ser um fornecedor de tecnologia para o mercado. Temos como objetivo licenciar e vender a tecnologia por nós desenvolvida ou através de parcerias.
Numa indústria em que a eletrificação tem cada vez mais um caráter de obrigatoriedade, não será esse facto um obstáculo ao sucesso da Adamastor? Há espaço para um supercarro elétrico no futuro da marca?
A eletrificação do automóvel é uma solução da atualidade. Pode não ser uma solução para o futuro. São vários os operadores que defendem que o atual crescimento da dependência de baterias está a criar um problema maior do que aquele que se pretende eliminar. Mas a Adamastor tem uma grande vantagem ao ser uma estrutura relativamente pequena, a sua grande capacidade de reação. Nós conseguimos, se necessário e de forma rápida, transitar de um sistema de propulsão para outro, até porque não os desenvolvemos. A Adamastor desenvolve, isso sim, chassis e carroçarias. O propulsor é obtido externamente. Temos por isso uma grande e versátil capacidade de adaptação às exigências do mercado. Quanto à possibilidade de termos no futuro um supercarro elétrico, é importante fazer a distinção relativamente a um automóvel comum, um veículo para nos levar de A a B. Um supercarro visa o prazer de condução. É óbvio que há automóveis elétricos impressionantes, mas falta-lhes qualquer coisa. Falta-lhes o rugido. Sem essa vertente, é só um carro muito rápido e de visual agressivo.
Numa vertente mais pessoal, como nasce a sua paixão por automóveis? O que tem guardado na sua garagem?
A minha paixão pelos automóveis começou em 1973, quando o meu Pai me ofereceu um carrinho a pedais. Lembro-me perfeitamente de ter dito aos meus amigos, na rua onde vivia: “Um dia vou por um motor neste carrinho.” Demorou 50 anos, mas estou a cumprir com aquilo que lhes disse. Depois de ter carta de condução, sempre tive carros pequenos e baratos e aquele do qual tenho mais memórias é um VW Golf que comprei usado. Foi o melhor carro que tive e que me ficou no coração. Ao longo dos anos nunca investi muito em automóveis, até porque não o podia fazer, pois a vida trouxe-me outras prioridades. Assim, fui poupando para que um dia pudesse ter o carro dos meus sonhos, os quais guardo hoje na minha coleção e que utilizo pontualmente. Neste momento tenho um Mercedes-Benz 190 SL de 1955, todo restaurado, bem como um Porsche 911 GTS de 2015. Porém, o verdadeiro sonho é ter um carro feito por mim, pela minha equipa, um carro português.
A nível de produção e do ponto de vista comercial, quais são os objetivos da Adamastor a curto/médio prazo? Quantos automóveis estimam produzir e entregar a clientes durante os próximos anos?
O plano de negócios da Adamastor prevê entregar já em 2025 dois carros de estrada e outros dois em versão de competição, embora a capacidade instalada prevista pela Adamastor seja dos já referidos 25 automóveis/ano, a qual estimamos implementar já em 2026. Isto para além do fornecimento de peças de reposição e substituição. A Adamastor vai sempre produzir séries limitadas a 60 unidades dos seus modelos.
Quais são os principais mercados internacionais para onde a Adamastor pretende expandir a sua presença?
Numa primeira fase, e por questões relacionadas com a homologação, a Adamastor pretende instalar-se no mercado europeu e dos Emirados Árabes Unidos. Posteriormente, o objetivo é, obviamente, expandir para o mercado dos Estados Unidos da América, para a América do Sul, Oceânia e Ásia.
Como é o modelo de negócio da Adamastor? Vão existir showrooms? E a nível de assistência e serviços?
Não vamos investir em showrooms. Vamos investir, sim, em serviços, de forma que quem compra um Adamastor, tenha acesso a um serviço transversal e integrado. Os automóveis da Adamastor vão ser vendidos exclusivamente na sua fábrica, onde o cliente poderá configurar o seu supercarro ao seu gosto. E, quando for necessária uma intervenção de manutenção ou reparação, é a Adamastor que vai ao encontro do cliente e não o contrário, como é habitual. A equipa desloca-se até junto do veículo e faz uma avaliação dos possíveis danos. Se necessário, é proposto fazer o transporte para a fábrica da Adamastor para que o veículo seja recuperado até ao seu estado original. No caso de uma reparação ligeira ou operação de manutenção, e se existirem condições para tal, a intervenção pode até ser feita em casa do cliente.
Qual o tipo de cliente a que a Adamastor pretende apelar?
Nós identificámos três tipos de cliente. Desde logo, o colecionador de automóveis exclusivos, um cliente que aprecia o automóvel como uma máquina que, tal como uma obra de arte, irá, eventualmente, valorizar. Não só em termos de valor financeiro propriamente dito, dado tratar-se de uma edição muito limitada, mas, também, valorizar a sua coleção privada. Por outro lado, existe também o cliente que é amante da alta performance, do segmento exclusivo dos supercarros e que pretende usufruir de uma máquina que é, no fundo, um Fórmula 1 com carroçaria e matrículas e ainda o condutor que, pontualmente, quer usar o seu supercarro em pista, por exemplo, participando em track days.
Que marcas vê como as principais concorrentes da Adamastor?
O nosso estudo de mercado tem a nossa concorrência bem identificada. Desde logo a Aston Martin e o seu Valkyrie, mas também marcas como a Pagani, a Koenigsegg, a Rimac, sem esquecer outras como a Mercedes-Benz, Audi, Porsche e Ferrari na categoria dos supercarros. Iremos propor algo, em termos de performance, muito semelhante, mas com uma abordagem “keep it simple”, uma proposta verdadeiramente competitiva.
O que podemos esperar da Adamastor ao nível da competição automóvel? Quão importante é este aspeto no desenvolvimento e implementação da marca?
A Adamastor irá conceber dois modelos, um de estrada e outro de competição. Esta é uma vertente extremamente importante para nós, pois é uma forma de mostrarmos ao mercado que não somos apenas mais uma marca. Desde logo, por sermos uma marca portuguesa, um país com pouca presença na indústria da produção automóvel e por isso nada melhor do que levarmos o nosso produto para pista, para o meio dos chamados “tubarões”, de forma a mostrarmos a performance, resistência e resiliência do produto Adamastor. A competição tem, assim, dois importantes contributos. Por um lado, mostrar que a Adamastor deve ser tida em consideração pela qualidade e performance dos seus automóveis, mas, por outro, servirá também para os desenvolver. Digamos que estar no campo de batalha forçar-nos-á a melhorar e encontrar soluções mais eficazes e eficientes. Os showrooms da Adamastor serão, assim, as pistas dos circuitos mundiais.