Henrique Chaves viu o seu esforço de anos no automobilismo recompensado com a assinatura de um contrato de piloto de fábrica da Aston Martin. O jovem de Torres Vedras olha para trás e aponta alguns episódios que foram determinantes para alcançar um dos grandes marcos da sua carreira.
Quando foi que sentiste que estavas no radar dos construtores e, concretamente, da Aston Martin?
Penso que o que me colocou no radar foi, basicamente, o ano 2022, quando tive a oportunidade de correr com a Aston Martin. Obviamente, que toda a minha carreira e as prestações que tive ao longo de anos provaram que poderia ter as qualidades para ser piloto de fábrica da Aston Martin. Mas 2022 foi muito importante, assim como a vitória em Le Mans, claro.
O que consideras ter sido determinante para que tenhas conseguido alcançar este marco na tua carreira?
Para alcançar este marco, foi preciso muito trabalho. Obviamente, tenho uma equipa por trás de mim que me ajudou, que me apoiou bastante e acreditou em mim, sem a qual teria sido possível chegar aqui. Penso que foi todo esse apoio e obviamente o trabalho diário seja, físico, psicológico, mental, preparação da corrida em termos de análise de dados, que me ajudou, no fundo, a alcançar este marco na minha carreira.
Se tivesses de apontar uma corrida como teu cartão de visita, qual escolhias?
Penso que Le Mans, claramente, dá sempre um destaque especial no currículo de um piloto, não é? Mas seguramente que houve várias prestações que, provavelmente resultaram neste olhar mais atento da Aston Martin e em especial, este ano, as 24 Horas de Spa, prova em que consegui recuperar do vigésimo oitavo lugar na grelha de partida para quarto com todos os ‘top-guns’ das outras marcas em pista. Portanto, acredito que esta prova foi um bom cartão visita. Também, por exemplo, a corrida sprint em Misano, em que consegui ultrapassar o Porsche em situações muito difíceis, com andamentos muito iguais, mas foi uma ultrapassagem muito bem conseguida. Mas no fundo, é um conjunto de prestações. Obviamente que um construtor não se baseia apenas numa só coisa, baseia-se num conjunto de várias coisas. E, claro, é de realçar também o facto de não me envolver em acidentes, e de não ter um impacto directo nas corridas que não terminámos. Portanto, penso que isso tudo pesa numa decisão de um construtor em contratar um piloto.
O que significa para ti seres agora piloto de fábrica da Aston Martin?
Isto é o alcançar de um sonho que sempre foi um dos meus objectivos – tornar-me piloto profissional, fazer disto a minha vida. Felizmente, a Aston Martin contratou-me, viu algo em mim e está a dar-me essa possibilidade.
Quais são os teus objectivos enquanto piloto de fábrica da Aston Martin?
Tenho simplesmente de justificar a confiança que depositaram em mim e continuar esta relação durante muitos anos, dado que o meu objectivo sempre foi estar ligado a uma marca. Este é o meu foco, manter uma relação longa e próxima com a Aston Martin. Portanto, terei de trabalhar para que me desejem manter e fazer parte desta família.