A equipa Franco Sport já está em contagem decrescente para o Rali Dakar 2024 e pronta para dentro de poucos dias viajar rumo à Arábia Saudita onde vai enfrentar as duras pistas da prova rainha do todo-o-terreno mundial. Aqui onde o trabalho de preparação física desenvolvido nos últimos meses será um dos fatores postos à prova. A fazer a sua segunda incursão nesta competição, Mário Franco vai partilhar o Yamaha, que vai disputar a categoria Challenger, com Daniel Jordão, experiente piloto das duas rodas que este ano se estreou como navegador no Rally de Marrocos fazendo dupla com o inglês William Buller.
Pilotos e equipas estão “a um passo” de mostrar do que são capazes, de evidenciar a sua determinação e resiliência relativamente às exigências da prova onde o treino físico desenvolvido é um dos aspetos importante para o sucesso de uma equipa. Para Mário Franco, ex-campeão nacional de todo-o-terreno TT2 e que por três vezes venceu a Taça Yamaha “a parte da força e a parte da resistência são muito importantes. Força porque a condução de um carro exige muita força, essencialmente na cabeça e pescoço. Desde os 13 anos que faço BTT, foi aí que comecei. Depois passei para o Downhill que me deu alguma destreza nas duas rodas. Treinava à minha maneira e sempre muito de bicicleta, mas é importante incluir mais treino físico ao nível de ginásio. Treinar a força no seu todo, mas também, através da simulação, o tipo de forças e trações que se sofre no carro. Exercícios de cordas, flexão lateral do pescoço, extensão da cabeça. O treino também inclui a adaptação à temperatura. Neste caso, utiliza-se algumas estratégias: utilizar o fato de competição com camisola térmica. Exercícios de aquecimento e de preparação para a corrida são igualmente importantes. Implementámos exercícios de mobilidade e estabilização, ao nível do core. É importante estar focados antes da partida. Se houver preparação antes da corrida conseguimos entrar na etapa já focados, o que nem sempre me acontecia. Às vezes só ao final de alguns quilómetros é que conseguia focar-me. Outro aspeto essencial no Dakar é o descanso, o que não é fácil. Não é fácil descansar em tendas, com mecânicos, com a manutenção dos carros a ser feita, com geradores a funcionar. De qualquer forma, já levamos na bagagem o primeiro Dakar. Quando fiz o primeiro não sabia o que ia encontrar e preparei tudo ao detalhe. Nesta segunda participação já facilitei mais um bocadinho, já me sinto um pouco mais à vontade, mas estou consciente do treino que fiz, da capacidade que tenho e da minha condição física. Vamos encarar com mais confiança, com algum conhecimento já proveniente de ter passado por uma prova idêntica à primeira”.
Sobre a estrutura de assistência, a aposta na Yamaha para disputar o Rali Dakar e a sua preparação, bem como os objetivos delineados para esta participação, Mário Franco indica que “a nível internacional, a Yamaha, juntamente com a X-Raid acabou por desenvolver este carro sob o qual fizemos o upgrade. Nós aplicámos aqui três ou quatro pormenores do nosso conhecimento. Pessoalmente tive uma Moto 4 Yamaha, tive também uma mota de água Yamaha”, refere Mário Franco que assume uma forte ligação à marca. “Sempre tive produtos Yamaha, excluindo num ano de interregno. Em 2017 quando todos decidiram ir para a Can-Am eu decidi ir para a Yamaha. Em 2019 abrimos o concessionário da Bluemotor. Infelizmente no início de novembro perdi um grande amigo, o Dr. Filipe Almeida que sempre me apoiou muito desde 2017. Foi ele que me incentivou a abrir o concessionário. Hoje se este concessionário é o que é também o devemos a ele. Infelizmente ele não está cá para ver esta minha participação. Espero ter um bom resultado e que a si o possa dedicar”, salienta o piloto.
Mário Franco mostra-se confiante com esta sua participação no Dakar e sobre os objetivos para a competição adianta que “acredito que os Yamaha têm potencial para obter um bom resultado. Em Yamaha vai um grande piloto, o Ignácio Casale que já participou em muitas edições do Dakar. Já ganhou de moto 4, já competiu de camião e agora vai integrar a equipa oficial da Yamaha com a X-Raid. Eu vou numa equipa híbrida. A assistência é 100% feita pela Franco Sport, mas teremos o apoio da X-Raid ao nível da engenharia e também em pista com o camião T5. Não sou piloto profissional e sou em quem suporta estes custos, o que às vezes limita um bocadinho os resultados. De qualquer maneira, já ganhei uma etapa do Rali de Marrocos e espero conseguir bons resultado no Dakar. O meu objetivo principal é terminar e acredito que terminado sem problemas, os resultados vão aparecer”.