Chuva, lama, muito público, mas também muita emoção na discussão dos lugares cimeiros nas diferentes categorias. No fundo, “um Portalegre à antiga”, uma prova de superação para os mais de 400 concorrentes que enfrentaram a 37ª edição da Baja Portalegre 500. No final, segunda vitória consecutiva para o jovem João Ferreira (Mini), entre os automóveis, enquanto Bruno Santos (Motos), João Vale (Quads), Hélder Rodrigues (SSV) e Domingos Cunha (Mini Baja) triunfaram nas respetivas categorias.
“Uma corrida incrível, especiais fantásticas na lama e um número louco de espectadores!”. O consagrado Mattias Ekström era um estreante na Baja Portalegre 500, mas as palavras do bicampeão do DTM, campeão do Mundo de Ralicross e vencedor de etapas do Dakar dizem tudo sobre o sucesso e o caráter especial da prova do Automóvel Club de Portugal. Num fim de semana marcado pelas difíceis condições atmosféricas, que inundaram vários locais do percurso e obrigaram mesmo a encurtar o último setor seletivo, no sábado, a Baja Portalegre 500 voltou a afirmar-se como uma das mais duras e emblemáticas provas do todo-o-terreno internacional.
Desportivamente, João Ferreira chegou à segunda vitória consecutiva na prova dos automóveis, agora acompanhado pelo experiente Filipe Palmeiro e ao volante do Mini JCW Plus da categoria T1+. O ex-campeão nacional e europeu de bajas, que vinha de uma vitória no Rali de Marrocos na categoria T4, geriu com mestria a dureza do percurso e liderou a prova nos dois setores seletivos de sábado. “É um sentimento incrível. Antes da corrida sabíamos que iríamos lutar com o atual campeão do Mundo (ndr, Al-Attiyah) e o vice-campeão do Mundo (ndr, Al-Rajhi). Demos tudo em condições difíceis, com muita água e lama. Ganhar em Portalegre é sempre muito especial, principalmente nestas condições e com esta concorrência”, afirmou João Ferreira no final.
Nasser Al-Attiyah e Mathieu Baumel, que se estreavam com o Prodrive Hunter, foram penalizados em 20 minutos no setor da manhã, por terem bloqueado o Mini de João Ferreira, abrindo caminho ao segundo lugar da geral provisória de Yazeed Al-Rajhi e Timo Gottschalk (Toyota Hilux T1+). “Esta prova em Portugal nunca é fácil, por isso estou satisfeito com o resultado. Há imensos espectadores ao longo do percurso, é incrível, e a organização também faz um excelente trabalho. É muito agradável correr aqui”, referiu o piloto saudita.
Por sua vez, Al-Attiyah conquistou o título da Taça do Mundo FIA de Bajas em Portalegre e apelou da penalização de 20 minutos, podendo ainda subir do 12.º lugar em que terminou.
João Dias e João Miranda (Can-Am Maverick X3) repetiram o pódio de 2022, agora no terceiro lugar, a escassos 17s da Toyota de Al-Rajhi, devendo também confirmar o título de campeão nacional de T3. Armindo Araújo e Luís Ramalho foram os mais rápidos do Setor Seletivo 4, com outro Can-Am da equipa Santag, ficando muito próximo do pódio à geral, no quarto lugar. O brasileiro Cristiano Batista, navegado por Robledo Nicoletti, levou o seu Can-Am à vitória nos T4, com Alexandre e Rui Franco a fazerem o mesmo nos T1, apesar de problemas no turbo do Mercedes 350D. Tomás Gameiro e António Saraiva triunfaram nos T2, com o Toyota LC200, e Ricardo Sousa foi o mais rápido na prova do CNTT, com um Can-Am navegado por Jorge Brandão. Sérgio Matos e Sebastião Dominguez repetiram a vitória do ano passado no Evento Nacional, com uma pickup Mercedes-Benz.