A dupla João Ramos/Pedro Ré finalizou a Baja TT Norte de Portugal, terceira prova do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno AM | 48, com um resultado (3º lugar) que se traduz num sabor agridoce, face não apenas a todas as “peripécias” vividas no decurso da competição, mas também ao excelente ritmo exibido pela Toyota Hilux T1+, o qual lhe permitiu, inclusive, passar pela liderança… “Este terceiro lugar, se contabilizar todos os episódios que vivemos ao longo dos três dias de prova, acaba por ser excelente, mas é óbvio que não me deixou satisfeito, porque surgiram fatores a que somos alheios e contra os quais nada podemos fazer…”, começou por adiantar o piloto da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal.
“No prólogo, cujo traçado era demasiado estreito, exagerei nas cautelas, levantando o pé bastante mais do que devia e fui 12º classificado, o que condicionou por completo a estratégia de corrida para o dia seguinte, pois já nem entrei no grupo [10 primeiros] que poderia escolher a ordem de partida. Portanto, arranquei atrás do Edgar Reis e à frente deste partira o Aloísio Monteiro. O Edgar teve um comportamento excelente, como, aliás, lhe agradeci, cedendo-me rapidamente a passagem, mas já o mesmo não posso dizer do Aloísio Monteiro. Rodei cerca de 30 quilómetros no seu pó, atrasando-me de forma considerável e apenas o consegui ultrapassar porque ele se enganou no percurso. Depois, ao km 140, parei para ajudar, como era minha obrigação, a retirar o carro do João Ferreira e do Filipe Palmeiro que se encontrava numa situação de forte risco. Perdi 1m 38s e no final a organização, como é regulamentar, retirou esse tempo. Feitas as contas, eu liderava, assim, a prova com cerca de um minuto de vantagem, ao fim de 170 km. Contudo, mais tarde a organização da prova decidiu eliminar os últimos 44 km do setor seletivo, pelo facto de o sistema de tempos ANUBE ter falhado. Ou seja, acabei por ser altamente prejudicado, pois tudo o que recuperei do tempo que perdi no pó do Aloísio Monteiro foi por água abaixo e passei de líder da prova a ter uma desvantagem de cerca de 1 minuto”, prosseguiu João Ramos.
A partir desse momento, o piloto da Toyota Hilux T1+ viu condicionada a sua estratégia no segundo e decisivo dia da Baja TT Norte de Portugal, com dois setores seletivos.
“No domingo de manhã não estava confortável, pelo que o andamento esteve longe do desejado. Depois, no segundo setor, já alheado das circunstâncias atrás referidas e sabendo que a situação da tabela classificativa em nada ia ser alterada, porque a desvantagem era grande para os restantes km, não deixei de atacar forte para ganhar um ponto do sector seletivo, mas com um erro de navegação perdi por uma margem de 4 segundos”.
Relativamente ao futuro, quando restam ainda quatro provas para o termo do Campeonato, João Ramos apenas garante que não vai baixar os braços: “Com um primeiro e um terceiro lugares continuamos na luta pelo campeonato e ainda é muito cedo para tecer prognósticos. A minha postura será a mesma de sempre: estar ao ataque”.
A próxima prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno | AM 48 será a Baja de Loulé, no último fim de semana deste mês.