Amigos e parceiros de corridas de longa data, António Coimbra e Luís Silva conquistaram o seu primeiro título em provas nacionais há pouco mais de uma semana, no Autódromo do Estoril, quando se sagraram campeões da classe TCR no Campeonato de Portugal de Velocidade (CPV), aos comandos do Hyundai Elantra N TCR assistido pela equipa Sports & You. Com uma carreira de 30 anos de competições, a maioria das quais, por motivos profissionais, disputadas em “part-time”, somavam até agora dois títulos europeus na classe GT3 como amadores, com um Mercedes-AMG da Sports & You, mas desta vez foi diferente. E muito…
“Sem dúvida que conquistar o título de campeão é importante, pois não sendo piloto profissional dá-me um gozo e uma satisfação pessoal muito grande. Ganhar é sempre algo relevante e, por outro lado, estou consciente que me encontro mais próximo do final de carreira. Também atribuo importância ao facto de ter ganho com a Sports & You, equipa com a qual corro há muitos e tempos uma relação muito especial”, começa por sublinhar António Coimbra, que quando convidado a apontar uma das bases essenciais do êxito alcançado, destacou o Hyundai Elantra:
“Primeiro, é um carro extremamente fiável e nem um problema tivemos, por mérito, também, da Sports & You, sendo essa uma das chaves do nosso sucesso. É supercompetitivo e fiquei surpreendido, também, pela sua rapidez. Como eu vinha dos GT, sempre pensei que o TCR seria um carro muito aquém, mas tal não corresponde à realidade, porque anda muito próximo deles, a um ou dois segundos apenas. Sendo o Hyundai Elantra de tração à frente, ‘à antiga’, exige mais condução que os GT [equipados com controlo de tração, ABS, etc.] e uma maior sensibilidade do piloto. O Hyundai foi uma grande surpresa pela positiva, é um carro muito engraçado”.
António Coimbra não deixa de tecer elogios ao formato do CPV:
“O Campeonato foi muito bem montado e gostei bastante da fórmula que manteve os títulos por decidir até à última curva da última corrida da época. Para além do equilíbrio de andamentos, graças ao BoP, o sistema de pontuação, ao incluir também a qualificação e a volta mais rápida em corrida, obriga um piloto a andar quase sempre nos limites, na expetativa de ir buscar mais algum ponto”. Em relação ao futuro, Coimbra adianta que gostaria de voltar à classe GT4, “na qual há mais carros”, mas nada está ainda decidido para 2023.
Luís Silva, o piloto que repartiu o título de campeão nacional da classe TCR com António Coimbra, também destaca que foi diferente vencer este campeonato…
“Há que realçar duas coisas: o António e eu fomos extremamente consistentes ao longo da época e concluímos todas as provas nos pontos, algumas com pontuação máxima, e depois, fator não menos importante, contámos com a fiabilidade do Hyundai e o excelente trabalho da Sports & You. Esses foram os dois pontos chave que nos permitiram chegar ao Estoril com a possibilidade de ser campeões e depois fazer uma festa bonita”.
Falando do campeonato, em termos competitivos, Luís Silva confessou-se maravilhado com a “performance” do Hyundai Elantra N TCR face aos GT4:
“Foi uma surpresa muito pela positiva, pois o Hyundai não fica nada atrás dos GT4 e anda ali muito próximo. Há 15 anos que eu não guiava um carro de tração à frente, pois estive sempre muito mais próximo dos GT4 e necessitei de uma fase de aprendizagem, face às novas exigências, designadamente na abordagem das curvas. Esse foi um facto novo que criou motivação e puxou a adrenalina para cima. Os GT4 e os TCR rodam a um ritmo muito similar e tanto no qualifying como em algumas provas até terminámos à frente de alguns, o que diz bem da competitividade do campeonato”.