Fim de semana memorável para a Civic Atomic Cup, competição que fez a estreia absoluta no histórico Circuito Internacional de Vila Real. Um palco de excelência do automobilismo que recebeu a segunda jornada do troféu promovido e organizado pela Motor Sponsor e que marca o regresso dos emblemáticos Honda Civic Type-R aos traçados nacionais.
Em pista, mais de uma dezena de pilotos levaram ao limite as potencialidades dos modelos nipónicos, numa jornada dupla integrada na grelha do Campeonato de Portugal Velocidade Clássicos e marcada pela exigência máxima, em que o rigoroso circuito citadino foi o berço da emoção vivida ao longo de três dias ao cronómetro.
Uma ronda onde troféu apresentou uma grelha alargada, com ‘aquisições’ de relevo que sobressaíram logo na primeira saída oficial para a pista. Uma das novidades foi Raul Delgado, piloto que assinou o melhor tempo nos treinos cronometrados de sexta-feira entre a comitiva da Civic Atomic Cup e, em particular, da classe PRO, ao volante do Honda Civic Type-R nº 158, carro que partilha com o também estreante Estevão Oliveira. Um feito replicado na AM por Filipe Barreto, líder da classe à chegada a Vila Real juntamente com o companheiro de equipa Francisco Viola, com o qual divide o Honda Civic Type-R n° 154.
Estavam assim lançados os dados para uma emotiva dupla jornada de discussão ao cronómetro, num traçado onde todos os metros, literalmente, contam. No sábado, ao semáforo verde para a corrida 1, Raul Delgado e Gonçalo Inácio, líder do troféu na PRO juntamente com o companheiro de equipa Eduardo Leitão, deram início a um empolgante duelo no sinuoso traçado luso, com os Honda Civic Type-R nº 158 e nº 155 a seguirem colados na disputa de posições, num confronto que encontrou réplica nas fervorosas manifestações de apoio e sorrisos do muito público presente.
Gonçalo Inácio acabaria por chegar à liderança e carimbar a vitória na PRO, ao passo que Raul Delgado viria a ter um desfecho inglório, com a prova a terminar devido a um toque já na fase final da corrida na sequência de um problema de travões.
O segundo posto da PRO ficou nas mãos do também estreante Filipe Ferreira, no Honda Civic Type-R nº 150. Já Sérgio Azevedo, que se viu envolvido num toque logo no arranque com o piloto da AM Hugo Oliveira, colocou o Honda Civic Type-R nº 152, que partilha com Orlando Batina, no terceiro lugar da PRO. Na quarta posição, e apesar do abandono, ficaria classificado Raul Delgado, por completar, conforme o regulamento, mais de 50% do número de voltas do vencedor.
Na AM, Filipe Barreto confirmaria em pista o andamento demonstrado nos treinos cronometrados, com o triunfo na corrida 1, seguido de Filipe Matias, piloto que substituiu a título excecional Pedro Cerqueira nesta jornada do troféu no Honda Civic Type-R nº 156, e de Hugo Oliveira, que fechou o pódio da classe.
No final, Gonçalo Inácio sublinhou a importância do triunfo na PRO para a equipa: “Foi uma corrida exigente, na qual foi difícil superar alguns concorrentes mais lentos e onde realizei uma boa luta com o Raul Delgado. Conseguimos concretizar o principal objetivo, vencer, um resultado que permite à equipa ampliar a vantagem na tabela classificativa. Por isso, a satisfação é total.”
Um sentimento partilhado por Filipe Barreto na AM: “Foi a nossa estreia em Vila Real, o que nos obrigou a uma rápida aprendizagem das nuances de corrida neste difícil traçado. Uma vez em prova apostámos num andamento mais intenso nas duas primeiras voltas, o que nos permitiu fazer uma gestão de corrida até ao final e terminar com um bom resultado.”
Já para este domingo estava reservada a derradeira corrida 2, um desafio que todo o plantel encarava com aspirações a um resultado que permitisse fechar com ‘chave de ouro’ a participação na mítica jornada lusa e onde surgiam vários novos rostos ao volante dos Honda Civic Type-R.
Na pole position, Eduardo Leitão aproveitou da melhor forma a posição de partida e imprimiu um ritmo forte que lhe permitiu cruzar a bandeira de xadrez no primeiro posto, num triunfo que se traduziu pela segunda vitória na PRO para a equipa. Uma corrida onde os holofotes incidiram na discussão pelo segundo lugar da classe, num duelo em que Orlando Batina, que partiu do terceiro lugar da grelha, acabaria por superar em pista Filipe Ferreira e assegurar o lugar intermédio do pódio, com Filipe Ferreira a ser terceiro, seguido de Estevão Oliveira, que fechou o lote dos quatro primeiros na PRO.
Uma emoção ao cronómetro igualmente replicada na classe AM, com o triunfo a sorrir ao piloto que largaria da pole position, Francisco Viola. Também na AM as principais atenções centraram-se na luta pela segundo posto, numa intensa disputa que teve Hugo Oliveira como protagonista maior, piloto que superou em prova Nuno Figueiredo, que acabaria por concluir a corrida em terceiro da classe.
Uma corrida 2 em que Eduardo Leitão destaca: “Era importante realizar um bom arranque e passar o maior número de clássicos em pista, a fim de poder ganhar vantagem na frente. Felizmente foi isso que aconteceu, o que me permitiu fazer uma prova de gestão na segunda fase da corrida. Enquanto equipa, saímos daqui com duas vitórias, que era exatamente o que pretendíamos, por isso foi uma boa operação em termos de troféu.”
Com igual performance, Francisco Viola afirma: “Um triunfo sofrido, devido às elevadas temperaturas registadas na pista e no interior do Honda Civic Type-R. Consegui realizar uma corrida enquadrada com a estratégia que delineamos, coroada com a vitória na AM, que era o principal objetivo. Com a vitória do Filipe e a minha reforçámos a posição na frente do troféu, o que se traduz por um excelente resultado conjunto que nos deixa muito satisfeitos.”
Um fim de semana num traçado histórico, marcado pela competitividade em pista que Ricardo Leitão, elemento da Motor Sponsor e responsável pela Civic Atomic Cup, destaca: “O Circuito Internacional de Vila Real é conhecido pelo elevado nível de exigência e todas as equipas estiveram em grande nível, proporcionando corridas pautadas pela discussão ao cronómetro e amplo desportivismo. Ao mesmo tempo, o plantel da Civic Atomic Cup foi sempre muito acarinhado ao longo de todo o fim de semana pela fabulosa moldura humana que esta prova reúne e que faz deste um evento único no panorama das corridas em Portugal. Este é já, sem dúvida, um dos grandes capítulos da história da Civic Atomic Cup, competição que está a dar os primeiros, mas muito sólidos, passos, e por isso o objetivo é seguramente estarmos de volta já no próximo ano.”
A Civic Atomic Cup entra agora na pausa veranil e tem regresso agendado dias 24 e 25 de setembro, no Circuito do Estoril, palco da terceira jornada da competição.