Numa segunda corrida marcada por alguns “toques”, um dos quais deixou fora de prova Carlos Vieira e Vasco Barros ainda antes de concluída a primeira volta, Jorge Areia estreou-se, na tarde deste sábado, a vencer na GT3 Cup, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, depois de um duelo empolgante com Francisco Cruz e no qual João Parreira também foi protagonista.
Com Carlos Vieira e Vasco Barros, que haviam largado da primeira linha da grelha para esta segunda corrida da terceira jornada do troféu monomarca Porsche organizado pela P21 Motorsport, fora de pista – o incidente foi alvo de investigação e análise dos comissários desportivos para a aplicação de eventuais sanções –, Francisco Cruz e Jorge Areia viram o caminho livre para a discussão do primeiro lugar. Ricardo Costa (5º na grelha de partida esta tarde), segundo classificado no dia anterior e “aluno” de Carlos Vieira ainda tentou espreitar a oportunidade, mas o “toque” de um adversário – como sucedeu, aliás, a René Quintaneiro, a André Fernandes e a João Posser, que chegaram a rodar em posições de relevo – contribuiu para o seu abandono.
João Parreira aproveitou bem a oportunidade, depois de um período de safety car, para superar Francisco Cruz e ascender ao comando, mas a seis voltas do fim não resistiu ao ataque de Jorge Areia, autor de uma corrida muito inteligente e que lhe valeu a subida ao lugar mais alto do pódio: “Arranquei mal e depois só me restou fazer uma prova de trás para a frente, acreditando que poderia chegar à vitória. No final cometi um erro, ao alargar demasiado uma trajetória, o que permitiu a aproximação do Francisco e nas duas últimas voltas tive que me defender. Parabéns à minha equipa, que fez um trabalho excelente este fim de semana”, disse o vencedor, que não escondia a sua emoção por vencer pela primeira vez na GT3 Cup. Francisco Cruz, segundo da classificação geral e vencedor da classe AM, afirmava, por seu turno: “Foi espetacular, numa corrida emocionante e com muitos incidentes. Andei na luta com o Parreira e o Areia, mas no fim ele levou a melhor e mereceu, depois de um duelo sempre correto”. João Parreira, terceiro absoluto e primeiro da classe GD, também não cabia em si de satisfação: “Ainda sonhei com a vitória, é verdade, mas depois comecei a sentir falta de aderência, talvez devido ao calor intenso que se fazia sentir, e passei a ser bastante mais lento. Levei um pequeno ‘toque’ do Cruz sem qualquer maldade e um dos pneus do meu carro ficou ligeiramente danificado, mas deu para aguentar. Venci na classe, que era o grande objetivo e o resultado final foi ótimo”.
Kaetanen (pseudónimo de Nuno Caetano), que forma dupla com Afonso Vaz, um dos desistentes da primeira corrida, na sexta-feira, levou o carro 88 a uma posição de destaque (4º da geral e segundo da classe AM) e explicava: “Beneficiei de azares alheios, embora isso também faça parte das corridas, mas um dos grandes adversários hoje foi o calor que se fazia sentir. Houve muita luta no final, alguma confusão com as bandeiras, e eu procurei gerir o ritmo para concluir a corrida e este resultado é ótimo”.
Nuno Mousinho e Rui Miritta, já depois do contratempo de que se queixava João Posser (“fui tocado por um adversário e fiz logo três piões”, lamentava), discutiram até à… exaustão os segundo e terceiro lugar da classe GD, com o primeiro a sair vencedor, acabando por selar a “discussão” com um abraço…
Corrida 2 (classificação oficiosa)
1º, Jorge Areia (PRO), 15 voltas
2º, Francisco Cruz (AM), a 0.321
3º, João Parreira (Rosário Classics/GD), a 5.019
4º, Kaetanen (AM), a 20.211
5º, Ricardo F. Costa (SC), a 25.392
6º, Leandro Martins (P21 Motorsport/SC), a 27.136
7º, Leandro Macedo (PRO), a 39.334
8º, Nuno Mousinho (P21 Motorsport/GD), a 41.950
9º, Rui Miritta (Monteiros Competições/GD), a 55.245
10º, João Posser (GD), a 3 voltas
Volta mais rápida: Jorge Areia, com 1.50.885
A próxima jornada da GT3 Cup, a quarta da época, está agendada para o circuito espanhol de Jerez de la Frontera, a 17 e 18 de setembro.