Um duelo luso brasileiro marcou o dia inaugural da BP Ultimate Baja TT ACP 2022, segunda prova do calendário do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT). As emoções prosseguem durante o dia de amanhã (domingo) nas pistas de areia e de terra do litoral alentejano, com os quatro primeiros a partirem separados por menos de um minuto: o brasileiro Adroaldo Weisheimer lidera com escassos 16,8 segundos de vantagem para João Ramos, 36,5 segundos para Adroaldo Weisheimer (todos em Toyota Hilux) e 55,6 segundos para João Ferreira (Mini), o vencedor da prova de abertura do campeonato. Em perspetiva, uma etapa pródiga em animação e com promessa de chuva.
Um dia pleno de emoção, também marcado pela presença de numeroso público. Assim, foi o primeiro dia competitivo da BP Ultimate Baja TT ACP, uma prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal que, pelo segundo ano, tem como palco o litoral alentejano. Se, nos automóveis, a luta pela vitória está ao rubro, para amanhã (domingo) é grande a expetativa também em relação às categorias de SSV e Moto, até pelo facto das quase sete dezenas de pilotos em prova, terem pela frente 170 quilómetros de percurso percorrido em pisos de terra e de areia e, muito provavelmente, com chuva.
O dia inaugural da BP Ultimate Baja TT ACP começou com um prólogo de sete quilómetros de extensão disputado nos arredores de Santiago do Cacém. Depois da vitória na prova de abertura da temporada, o jovem João Ferreira estabeleceu o melhor tempo, ex aequo com Tiago Reis (o campeão em título) e com os 10 mais rápidos separados por escassos 4,9 segundos.
Para início das “hostilidades”, dificilmente se podia pedir mais animação…
O Setor Seletivo 1 foi marcado pelo domínio das Toyota Hilux. Nos primeiros 80 quilómetros, através da dupla brasileira Adroaldo Weisheimer/Rafael Capoani, com João Ramos/Filipe Palmeiro a assumirem-se como os mais diretos adversário. No entanto, nos 30 quilómetros finais, Cristian Baumgart/Alberto Neto impuseram um ritmo fortíssimo, que lhes permitiu terminar o dia na liderança.
“Foi uma especial com muita areia e foi muito difícil encontrar as melhores trajetórias. Mas conseguimos um bom ritmo e o resultado foi muito bom. A areia está a ser difícil, temos que ‘trocar marcha’ para tentar deixar o carro mais leve e ganhar tração. Amanhã, torcemos para que não chova, para andar no mesmo ritmo; se chover vai ser lotaria”, afirmou o piloto brasileiro à chegada a Grândola.
Na sequência da desistência na prova inaugural do calendário, João Ramos admite que encarou a 1ª etapa com alguma precaução: “Andei depressa, claro, mas ao mesmo tempo com bastante cuidado, pois não posso correr o risco de abandonar. O ritmo foi bom, mas foi nas partes de areia que perdi mais tempo. Não sei a razão, mas admito que esteja relacionada com a maior experiência do Cristian nesse tipo de pisos ou até de uma pressão de pneus mais adequada para essas circunstâncias. Para amanhã, a estratégia será exatamente a mesma, resta saber em que resultado se vai traduzir.”
O piloto da Toyota Hilux parte para a derradeira etapa de amanhã (domingo) a escassos 16,8 segundos da liderança e com apenas 19,7 segundos de vantagem para a equipa que dominou os primeiros 80 quilómetros da etapa.
“Está a ser uma boa experiência”, começou por sublinhar o brasileiro Adroaldo Weisheimer no final da etapa. “É a primeira vez que estou a andar com este carro em piso seco e estou a aprender ainda os limites. Apanhamos pista sinuosa, muitas árvores, acabou por ser um dia bom, mas amanhã é que vai ser. A saída para a pista (em 10º) acabou por não beneficiar porque fiquei muito tempo no pó de dois SSV. Depois foi sempre a rolar”
Com ambições de lutar pela vitória na etapa de amanhã parte João Ferreira. Aos comandos do Mini, o jovem piloto terminou o dia no quarto lugar, a apenas 55,6 da liderança. Alejandro Martins (também em Mini) foi o 5º mais rápido da etapa, enquanto Miguel Barbosa (Toyota Hilux), João Dias, Luís Portela de Morais, Francisco Barreto e Nuno Matos fecharam o grupo dos dez primeiros.
Uma referência, ainda, para a desistência da dupla Tiago Reis/Valter Cardoso. Os campeões nacionais em título sofreram um aparatoso acidente com a Toyota Hilux, tendo sido transportados a uma unidade hospitalar para a realização de exames.
SSV e Motos também contribuíram para o espetáculo
E com a BP Ultimate Baja TT ACP a também integrar o calendário do Campeonato Nacional Rally Raid, promovido pela Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), igualmente destaque para a 1ª etapa competitiva das categorias “SSV” e “Moto”.
Entre os “SSV”, a dupla João Monteiro/Nuno Morais terminou a primeira etapa com 1m13,3s de vantagem para Pedro Ferreira/Carlos Mendes. A luta pela vitória prossegue durante o dia de amanhã, mas certamente também com Ricardo Sousa/Jorge Brandão como protagonistas, uma vez que terminaram o dia a escassos 1,5 segundos da segunda equipa mais rápida.
Já entre as motos, David Megre não deu chances à concorrência no primeiro dia da BP Ultimate Baja TT ACP. O piloto da KTM dominou o prólogo, mas também os 111,38 quilómetros do Setor Seletivo 1, acumulando uma vantagem de 6m36,5s para Mário Patrão (KTM). Uma diferença que parece difícil de anular pelo atual Campeão Nacional de Rally Raid e Europeu de Bajas, que ainda terá de se defender do eventual ataque de Fábio Belo (Kawasaki) que parte para o dia de amanhã a apenas 1m08,1s. Referência, ainda, para a desclassificação de Daniel Jordão. O piloto da Husqvarna terminou o dia na segunda posição, mas foi excluído da prova por ter recebido assistência em zona proibida.
Amanhã (domingo) disputa-se a derradeira etapa competitiva da BP Ultimate Baja TT ACP, com a disputa do segundo Setor Seletivo (SS2 – Grândola/Alcácer do Sal), com a duração de 157,88 quilómetros.
Mais um dia de emoções fortes em perspetiva, com zonas definidas para o público assistir em segurança e com os acessos disponíveis aqui.