Miguel Cristóvão teve uma prova difícil em Magny-Cours, onde se realizou a segunda ronda da temporada deste ano das Ultimate Cup Series, mas conquistou um segundo lugar em condições muito complicadas, ampliando a sua vantagem no Campeonato de Pilotos.
O português chegava ao circuito gaulês sem nunca lá ter competido, mas isso não foi um entrave de monta, uma vez que rapidamente se adaptou aos 4,412 quilómetros e dezassete curvas que marcam o seu traçado, apesar da instabilidade climatérica que se fez sentir ao longo de todo o fim-de-semana.
Depois das sessões de treinos-livres, a qualificação foi disputada esta manhã e nem tudo correu pelo melhor. Problemas eléctricos incomodaram o trio formado por Miguel Cristóvão, Julien Wagg e Alessandro Ghiretti, obrigando a equipa a procurar a fonte das contrariedades.
No entanto, sem que isso fosse permitido, o Ligier JS P3 número oitenta e oito da Team Virage foi obrigado a arrancar do quinto posto para uma corrida que se adivinhava bastante difícil face à muita chuva que se esperava.
A prova de quatro horas teve o seu início com muita água no asfalto a atrás do Safety-Car, que rumou às boxes logo na terceira volta. Porém, a pista estava muito difícil e com diversas saídas de pista a corrida foi neutralizada de imediato e interrompida de seguida por bandeiras vermelhas.
Face às condições dantescas, os carros estiveram parados nas boxes durante quase três horas, tendo a prova sido retomada com o Safety-Car em pista.
Quando a corrida foi reatada, Miguel Cristóvão, que era o responsável pelo primeiro turno, rapidamente mostrou um andamento fortíssimo, sendo o piloto mais rápido em pista por larga margem – por vezes cerca de três segundos por volta – o que lhe permitiu chegar à liderança
Contudo, a pista estava com muita água, em alguns locais com rios a atravessá-la, e o português não conseguiu evitar entrar em aquaplaning, sofrendo uma ligeira saída de pista, que o atrasou. Ainda assim, quando regressou à corrida voltou a mostrar um andamento impressionante, recuperando grande parte do terreno perdido.
Julien Wagg e Alessandro Ghiretti foram também muito rápidos ao longo dos respectivos turnos de pilotagem, mas com a corrida efectiva reduzida das quatro horas previstas para apenas 1h17m, terminaram num excelente segundo lugar.
“A pista estava muito difícil! Em trinta anos de automobilismo, nunca tinha competido em condições tão complicadas. Mesmo com todas as contrariedades estava com um ritmo forte, mas acabei por ser apanhado por um rio de que atravessava a pista e, sem qualquer aviso, saí de pista a uma velocidade relativamente baixa. Foi pena, mas recuperámos e conseguimos um segundo lugar muito importante”, frisou Miguel Cristóvão.
Com o segundo lugar de hoje, Miguel Cristóvão e os seus colegas de equipa ampliaram a sua vantagem no campeonato, dando um passo em frente rumo ao título de pilotos das Ultimate Cup Series deste ano, que terminarão em Portugal com duas provas, uma no Autódromo Internacional do Algarve e outra no Autódromo do Estoril. “Gostaríamos de vencer e penso que, em circunstância normais, o triunfo estava ao nosso alcance, mas este segundo lugar é um bom resultado e permite-nos estender a nossa liderança no campeonato. Vamos continuar a trabalhar para podermos terminar a época com o título na nossa posse”, concluiu o português.
A corrida foi vencida por Pietro Peccenini e Hugo Carini em Duqueine D08. No terceiro posto ficaram Maurice Smith e Maxime Scalabrini em Ligier JS P3.
A próxima prova da Ultimate Cup Series disputa-se também em Magny-Cours, França, nos próximos dias 16 – 18 de Outubro.