Ninguém imaginava que fosse possível o mundo viver uma calamidade como esta, que há mais de quatro meses parou vidas e projetos. Interrompidas ficaram também todas as atividades desportivas, onde o desporto automóvel não foi exceção, em todas as suas vertentes. Por esta altura, o Campeonato de Portugal de Ralis de 2020 já deveria estar a meio, mas apenas se disputou uma prova, o Rali Serras de Fafe no distante mês de fevereiro. Muita contenção, projetos na gaveta e sonhos adiados, foram a prescrição para resistir à pandemia, que ainda irá andar por aí durante bastante tempo. Nada disto acabou, pelo contrário. Por isso, esta desejada abertura terá de ser encarada com um elevado grau de responsabilidade. Castelo Branco é o grande teste para o resto do ano. Não só para os ralis, mas também para todas as outras disciplinas do desporto automóvel. Todos os olhares vão estar por lá e, por isso, é bom que tudo corra pelo melhor, para que as provas reagendadas se possam realizar nas datas previstas.
Em termos desportivos está tudo obviamente em aberto. Agora vão faltar provas de terra para os especialistas, mas o mais importante é que se possa voltar a competir. Para Castelo Branco existe uma mão cheia de candidatos à vitória, sedentos de mostrar os seus créditos e relançar a emoção num campeonato que se espera venha a ter mais palcos. Ricardo Teodósio vai defender com o Skoda Fabia R5, preparado pela campeã ARC Sport, o título de Campeão de Portugal, com uma luta que se prevê muito renhida perante o outro Skoda de Armindo Araújo, pelo Hyundai i20 R5 de Bruno Magalhães e pelos Citroen C3 R5 de José Pedro Fontes e João Barros, que decidiu alinhar ao volante de um carro da marca francesa.
Se este punhado de candidatos vai discutir a vitória ao segundo no asfalto do Rali de Castelo Branco, há muitos pilotos que pretendem demonstrar os seus créditos e dar retorno a todos aqueles que depositaram confiança nos seus projetos. Agora é tempo de ser responsável e fazer com que a primeira prova autorizada, em tempos de pandemia, seja um exemplo para todos. Neste sábado e domingo, todos os olhares vão estar no Rali de Castelo Branco. Na estrada, no parque de assistência e em todos os locais, antes muito povoados, mas que desta vez terão de ser espaços seguros para todos. A prova conta com sete troços cronometrados, 3 no sábado e 4 no domingo, e não terá Super Especial. Vamos todos contribuir para que Castelo Branco seja o botão de arranque para o resto de uma época emotiva, em todas as vertentes do desporto automóvel.