Um cálice de Madeira demasiado amargo e imprevisto
A equipa de Aguiar da Beira continua na liderança do Campeonato de Portugal de Ralis com Ricardo Teodósio, apesar do piloto algarvio ter colecionado uma série de problemas que o afastaram de uma classificação positiva. No desejado regresso de João Barros à competição, o cenário madeirense não foi perfeito, e até o auspicioso Miguel Correia terminou o rali com problemas nas duas últimas especiais.
Os desejos não foram conseguidos
Ricardo Teodósio e José Teixeira procuravam fazer contas nacionais positivas nas complicadas especiais da ilha da Madeira, que passavam por ganhar pontos ao seu mais direto adversário na luta pelo CPR de 2019. Diversas condicionantes impediram a equipa algarvia de conquistar os seus objetivos, embora continuem a liderar o campeonato.
“Um nevoeiro que teimou em me acompanhar, um toque no troço de Santana que danificou uma jante do Skoda e um peão na segunda passagem pelo mesmo troço, com muito tempo perdido, foram algumas justificações para este desfecho. Este resultado foi mau e não estava previsto. Esta foi a minha sexta participação no Rali Vinho madeira, a segunda com o Skoda e gostaria de ter feito melhor que o ano passado. Mas, a Madeira necessita de muito conhecimento, e não foi possível ficar à frente do Armindo. Agora vamos decidir o que faremos em relação às provas que faltam para o CPR”, afirmou Ricardo Teodósio.
Apesar de tudo valeu a pena
Desejoso em voltar a competir, João Barros apostou na Madeira para um bom regresso à competição. Acompanhado por António Costa, e voltando a contar com o apoio da ARC Sport, o piloto pretendia acima de tudo encontrar o ritmo perdido durante praticamente um ano de paragem.
“Claro que valeu a pena ter vindo à Madeira. Este foi para mim o primeiro rali do ano, após uma paragem desde setembro do ano passado. Apesar de uma indisposição no primeiro dia do rali, que me obrigou a abandonar, voltei à prova e, apesar de tudo, foi bastante positivo este regresso, pois deu para deitar fora a falta de confiança. Agora só quero preparar bem o Rali de Amarante”, confidenciou João Barros.
Cada vez mais perto dos melhores
Miguel Correia regressou à ilha da Madeira, mas desta vez ao volante de um Ford Fiesta da categoria R5. Com a habitual companhia de Pedro Alves no banco do lado, o piloto acabou por realizar um rali positivo, apesar de desagradáveis surpresas perto do final da prova.
“Rolámos cada vez mais perto dos melhores pilotos em prova, achando que a nossa participação no Rali Vinho da Madeira acabou por ser muito positiva, com o nosso andamento a aumentar de troço para troço. Já bem perto do final, no penúltimo troço, um inexplicável aumento da temperatura do motor acabou por ditar uma penalização à chegada, depois de já termos realizado a última especial com muita dificuldade. Se não fossem os dois últimos troços, o rali poderia ter sido excelente. Quero agradecer aos meus patrocinadores, mais esta sempre agradável presença na Madeira”, disse Miguel Correia.
Um reconhecimento muito especial
Um nome especialmente querido para a ARC Sport entre os concorrentes madeirenses é João Silva. Um piloto que já integrou a estrutura da equipa de Aguiar da Beira em diversas provas, tendo conquistado inclusivamente um título nacional. Com uma estrutura própria, mas sempre na memória da equipa, João Silva e Ricardo Ventura alcançaram o 3º lugar para o campeonato madeirense e o 6º lugar da classificação geral, ao volante de um Citroen DS3, um carro que já não acompanha o ritmo da mais recente geração da categoria R5. Apesar de tudo, João Silva assinou uma prova de alto nível, sem esquecer um apoio muito especial.
“Este resultado só foi possível devido ao cuidado técnico do Augusto Ramiro, o responsável pela ARC Sport, que nos deu uma ajuda preciosa. Sem isso não tinha conseguido esta participação que acabou por ter um desfecho muito positivo, acabando por tirar o máximo proveito do carro. Agora só quero regressar ao Rali Vinho madeira ao volante de um carro da última geração”, confidenciou João Silva.
Tudo isto faz parte do desporto automóvel
A edição deste ano do Rali Vinho da Madeira esteve longe de ser positiva. Para a equipa campeã nacional de ralis, estas são contingências naturais deste desporto apaixonante.
“Tudo isto faz parte dos ralis. Apesar dos resultados menos conseguidos, continuamos a liderar o CPR com o Ricardo Teodósio, numa altura em que ainda faltam três provas para o final do campeonato. Quero saudar o regresso do João Barros que já conseguiu encontrar o ritmo, e também a excelente prova do Miguel Correia, até o azar lhe bater à porta, já bem perto do fim. Uma referência especial também para o João Silva, que assinou uma prova fantástica ao volante de um carro menos evoluído. Para toda a equipa da ARC Sport, quero deixar os meus sinceros parabéns, por mais uma demonstração de excelente profissionalismo e dedicação”, disse Augusto Ramiro.