Não temos connosco esses dados, mas provavelmente não haverá nenhum piloto com tantas vitórias em prólogos? Portanto, não seria difícil responder à pergunta: no arranque da Baja de Loulé, o primeiro a ganhar foi quem? João Ramos e Victor Jesus, é claro!
Em apenas 8,6 quilómetros, a Toyota dos campeões nacionais em título bateu a concorrência por 6,4 segundos! Nada de anormal, pois não nos recordamos de mais nenhum piloto que some tantas vitórias em prólogos como João Ramos. Pode haver outros, mas que nos perdoem, porque já os esquecemos…
Não nos esquecemos foi de Ricardo Porém, que regressou ao todo terreno, depois da experiência frustrante em Portalegre. O ano passado, Porém estava na liderança da Baja Portalegre quando acertou numa árvore, para não acertar num carro. Num carro, adiante-se, que estava a rebocar um buggy que se tinha avariado; ignorando absolutamente as regras mais essenciais de uma corrida de automóveis. Que é não invadir a pista.
Esta manhã, em Loulé, Ricardo Porém alinhou de novo à partida de uma prova, acompanhado pelo seu irmão Manuel. Os irmãos de Leiria, descendentes directos de uma das mais notáveis figuras do automobilismo em toda a região centro, trouxeram ao Algarve um Mini Paceman. Começaram por assegurar o segundo posto, no prólogo.
Espectáculo de condução sob cortina de pó
Numa manhã caracterizada por um belo espectáculo de condução, que se descobria pela cortina de pó que ficava no ar, os aplausos foram merecidos por muitos. Inevitavelmente, os mais vibrantes foram escutados à passagem da Hilux de João Ramos e Victor Jesus. O herdeiro da casa Salvador Caetano desde sempre marcou pela sua condução espectacular. E o melhor de tudo é que consegue ser igualmente rápido. Aliás, foi o primeiro a ganhar em Loulé, na prova que celebra 30 anos de história, cheios de histórias.
Ricardo Porém não lhe fica atrás. Em espectacularidade, porque o cronómetro foi implacável e assinalou 6,4 segundos de diferença. Surpresa foi o protagonista da terceira melhor marca: o Kia Sportage de Nuno Madeira e Filipe Serra. Esta dupla evidenciou-se igualmente por um andamento que não deixou ninguém indiferente. E o terceiro lugar de Madeira e Serra foi uma recompensa. Passaram tão depressa por nós que nem ouviram os aplausos.
Três dúzia de automóveis em prova
Com precisamente três dúzias de automóveis em prova, dos quais 31 a concorrer para o Campeonato de Portugal de Todo Terreno AM|48 e os cinco restantes para a Taça de Portugal de T.T., a 30ª edição da Baja de Loulé não podia ter começado melhor. Mas este prólogo foi apenas o arranque. É certo que a contar para a classificação, mas não chegaram a percorrer-se nove quilómetros.
Esta tarde, com a disputa do primeiro sector selectivo, os pilotos terão de enfrentar mais 82,6 quilómetros. E este troço no coração da Serra do Caldeirão ditará, provavelmente, maiores diferenças. Partindo na dianteira, a Toyota Hilux de João Ramos terá a vantagem de não encontrar pó à sua frente. Mas quem vem logo a seguir também conta com outra vantagem que Ramos não terá: o caminho já estará bem marcado pelos rastros dos anteriores.
Logo ao cair do dia veremos o que esta tarde trouxe. E faremos então o balanço desta primeira jornada da Baja de Loulé, nascida como Raid Transalgarve.
Fotos: AIFA/Albano Loureiro