O primeiro SUV eléctrico da Audi é uma bela surpresa! O e-tron 55 quattro acaba de chegar ao mercado e até final do ano a marca vai apresentar mais sete modelos “electrizados”. Já o conduzimos e só tivemos pena de não ter tido coragem para nos desviarmos do percurso, tomando alguns atalhos fora da estrada. Mas as impressões deste primeiro contacto, mesmo que limitado ao asfalto, são excelentes.
Quando olhamos para o preço de um veículo eléctrico, o mais normal é sentirmos desde logo um choque. Não propriamente por ficarmos ligados à corrente, mas simplesmente porque, de um modo geral, este tipo de modelos implica pagar sempre mais do que pagaríamos por um modelo similar de motor de combustão interna. No entanto, os 84.251 euros que há que pagar para ter um Audi e-tron 55 quattro não nos parecem assim chocantes.
Com 4,9 metros de comprimento, o primeiro modelo totalmente eléctrico da Audi é um SUV que se posiciona perfeitamente entre o Q7 e o Q5; quer em tamanho, quer em preço! O Q5 é apenas 23,7 centímetros mais curto e a versão de entrada custa menos cerca de 9600 euros. Já o Q7, é mais longo 15,3 centímetros e também é cerca de 4500 euros mais caro. Nesta comparação, observamos modelos tubodiesel, o Q7 45 TDi quattro triptonic, com 235 cv e 500 Nm de potência e binário máximos, e o Q5 40 TDi quattro S tronic, com 190 cv e 400 Nm. A maior vantagem que estes turbodiesel podem ter sobre o e-tron 55 quattro é uma autonomia média que pode ser mais do dobro, já que tanto o motor de 2,0 litros do Q5, como o de 3,0 litros do Q7, são tudo menos gulosos. Todavia, o e-tron 55 quattro, com os seus dois motores eléctricos, um à frente e outro atrás, oferece uma potência combinada bastante superior, assim como um binário “instantâneo” e permanente mais elevado, sendo de longe o mais rápido dos três em aceleração.
Dos 0 aos 100 km/h em apenas 5,7 segundos
Dos 0 aos 100 km/h o e-tron 55 quattro consegue acelerar em apenas 5,7 segundos e em termos de velocidade máxima só não passa dos 200 km/h porque está limitado electronicamente. Mas sob o acelerador, sempre controlamos uma potência que no limite chega aos 265 Kw/360 cv e que pode mesmo, em modo de condução S, ir aos 408 cv durante oito segundos, que podem fazer toda a diferença, por exemplo, numa ultrapassagem que se exige mais rápida. Já o binário, com 664 Nm, está disponível praticamente desde o arranque e isso sente-se de uma forma espantosa assim que seleccionamos o modo de condução D: basta tocarmos no acelerador para sentirmos que o e-tron 55 quattro sai disparado!…
No limite, de acordo com os dados homologados pela Audi, a autonomia pode chegar aos 417 km. Com tempos de carga que vão das 40 horas, se usarmos uma simples tomada doméstica com um quadro de potência reduzida, a apenas meia hora para carregar até 85 por cento, num carregador rápido de grande potência. Pela nossa parte, em cerca de 250 quilómetros percorridos, depois de arrancarmos com autonomia para 380 km, terminámos com carga para podermos rolar mais 80 km; ou seja, teríamos conseguido percorrer cerca de 330 km até sermos obrigados a parar a recarregar as baterias. E dizemos baterias porque, na verdade, são 36 módulos de 12 células, que dispõem de oito anos de garantia. E nos primeiros quatro anos a manutenção das baterias está incluída no preço da compra…
Capaz de aventurar-se fora da estrada
Em todo terreno, repetimos que não experimentámos o e-tron 55 quattro. Mas fica prometido que em breve faremos isso. E logo contaremos como é conduzir no mais absoluto silêncio este modelo, que dispõe de suspensão pneumática de série. Na posição off-road, a suspensão aumenta a distância mínima ao solo de 17,3 para 22,3 centímetros, os suficientes para rolarmos fora da estrada sem corrermos o risco de danificar a parte inferior que, curiosamente, é totalmente “blindada”, com parafusos recuados numa concavidade que gera um efeito que favorece ainda mais o desempenho aerodinâmico deste modelo.
Mas, o aspecto mais marcante do e-tron 55 quattro são as suas linhas, em tudo de acordo com os padrões típicos da Audi, cujos estilistas conseguiram demonstrar que um veículo eléctrico pode ser tão “normal” quanto qualquer outro. Não precisa de ser feio ou, para sermos simpáticos, apenas excêntrico…