Passo a passo, o jovem Duarte Pinto Coelho, membro do FPAK Júnior Team de Velocidade (FJT), trabalha para deixar a sua marca na categoria GT4 do Campeonato de Portugal de Velocidade/Iberian Super Cars. À beira de completar 18 anos, o piloto lisboeta subiu de patamar esta época, ao trocar o Ginetta G40 em que se estreou no FJT em 2023 por um bem mais exigente GT4. E se em Jerez de La Frontera, no passado mês de maio, nem tudo correu de feição aos comandos do Audi R8 LMS da equipa eslovena Lema Racing, agora, no Estoril, com o Mercedes AMG tudo se passou de forma diferente e bem mais positiva, na companhia do seu experiente colega Bruno Pires.
Embora não seja uma escala reduzida progredir do karting para os comandos de um Ginetta G40, como sucedeu a este jovem que colecionou vários títulos de campeão nos karts, a verdade é que nunca se deixou vencer pela falta de confiança…
“Claro que foi um salto grande, passar do karting para o Ginetta G40, mas senti-me muito bem e tive uma evolução constante. Os resultados apareceram logo desde o início, com pódios e vitórias. Foi excelente a nível de bases que são necessárias adquirir nos automóveis. Aprendi bastante numa época que considero produtiva, face a adversários de elevada craveira, alguns oriundos do karting. O nível de pilotos do FPAK Júnior Team era muito bom e quando assim é evoluímos bastante.”
No arranque da presente temporada, em Jerez de La Frontera, a dupla Bruno Pires/Duarte Pinto Coelho passou por algumas dificuldades com a Lema Racing na definição do setup do Auto R8 LMS GT4, mas não só, numa jornada aziaga.
“Primeiro, tive pouco tempo de rodagem no carro, devido ao elevado número de bandeiras vermelhas nos treinos; segundo, eu não conhecia a pista, pois era a minha estreia em Jerez. Já tinha feito um treino em Itália com o Audi, mas depois, como a equipa também não o conhecia muito bem, faltava experiência para definir o setup ideal. A Lema conhece muito bem o Mercedes, com o qual se sagrara campeã, ao contrário do que sucedia com aquele carro e, por isso, sentiu dificuldade em ajudar-nos a delinear o melhor compromisso de afinação. A juntar a esses fatores, na primeira corrida, e para complicar ainda mais a situação, o meu colega Bruno Pires, que iniciou a prova, depois de já ter conseguido uma boa recuperação foi tocado de forma violenta por um adversário, acabando fora da pista. Portanto, eu nem tive oportunidade de guiar o carro nessa primeira corrida. Na segunda corrida, já tinha recuperado alguns lugares nas primeiras duas/três voltas, só que um dos Ginetta mais rápidos largou óleo na pista e eu fui apanhado de surpresa. Não bati só por sorte, mas despistei-me e caí quase para último, mas mesmo assim e em conjunto com o meu colega ainda foi possível subir até à décima sexta posição”, adiantou Duarte Pinto Coelho.
Face às dificuldades, a nível técnico, da Lema Racing em Jerez para retirar o máximo partido do Audi, ficou decidido, por comum acordo entre o team manager da equipa eslovena e os pilotos que a melhor opção seria apostar no Mercedes AMG até ao termo da temporada, com início no Estoril.
Tal mudança veio abrir novos horizontes ao jovem do FPAK Júnior Team e ao seu colega Bruno Pires.
“Para além de conhecer a pista, senti-me mais confortável a conduzir um carro como o Mercedes AMG, de que gosto mais por comparação ao Audi. Consegui estar muito mais próximo dos pilotos da frente. Eu sei que vou chegar lá, mas estou consciente que não será fácil, pois estou no meu primeiro ano nos GT4, lutando com pilotos muito experientes, como o Manuel Gião e outros, que já somam muitos anos de corridas. A verdade é que tenho registado uma boa habituação ao carro e encontro-me cada vez mais perto da frente. Já estou competitivo e à-vontade em corrida, a nível de ultrapassagens e não só. Esta segunda jornada da época, no Estoril, foi muito positiva, na primeira corrida conseguimos o ‘top 10’ à geral e fomos sétimos na categoria Pro. Estou muito contente com o trabalho desenvolvido e a equipa também, sentindo-me cada vez mais perto dos primeiros lugares.”
Duarte Pinto Coelho respira confiança e quando se fala do futuro, que é como quem diz a jornada de Valência, no final de setembro próximo, confessa-se mais ambicioso do que nunca…
“Sinto que a minha evolução tem sido contínua. Em cada sessão estou mais próximo dos primeiros. O andamento já está mais ao nível da categoria GT4, situando-me logo a seguir ao grupo da frente. Não falta muito, estou perto deles e acredito que agora, em Valência, depois de treinar e conhecer ainda melhor o Mercedes, conseguirei lutar pelo ‘top 5’. É esse o objetivo, pelo menos para já.”