Na neve da Suécia surgiu uma prova arrasante e muito acidentada que também destacou o Skoda Rally2 do sueco Oliver Solberg.
Uma prova para especialistas, onde os erros e os excessos se pagam caros. Foi o que aconteceu na 2ª prova do WRC 2024 que, demasiado cedo, se viu privada de alguns dos favoritos. O regresso do campeão do mundo prometia, mas Rovanpera também foi vítima do difícil traçado sueco, tal como Tanak, Katsuta, Munster e até Neuville. Com todas estas ocorrências menos desejadas, foi o regressado Esapekka Lappi que se assumiu como candidato à vitória, dando à Hyundai argumentos suficientes para retirar à Toyota um favoritismo que fez com que Elfyn Evans se concentrasse mais nas contas do campeonato do que na luta pela vitória na prova sueca. Com todas as dificuldades impostas, foi um Rally2 que se destacou rapidamente, chegando a alcançar o 3º lugar da geral. Piloto da casa, conhecedor exímio dos gelados troços suecos, Oliver Solberg ao volante de um Skoda Fabia RS Rally2, bateu uma forte concorrência formada pelos novos e mais eficazes Toyota GR Yaris Rally2 que, desta vez, se assumiram como verdadeiros candidatos a lugares de destaque, ocupando as quatro posições seguintes ao infalível Skoda de Solberg, todos nos “top ten” da prova sueca.
Solberg o especialista sueco
Se Oliver Solberg terminou o Rali da Suécia num fantástico 5º lugar final e a inequívoca vitória na categoria RC2 impondo o Skoda aos promissores Toyota, com 1m19,7 de vantagem para o Yaris de Sami Pajari, os lugares cimeiros acabaram por ficar definidos muito cedo, com Esapekka Lappi a mostrar como se faz, deixando Elfyn Evans a fazer contas para amealhar o máximo de pontos para o campeonato, terminando na 2ª posição, mas saindo da Suécia com mais pontos do que Lappi, devido ao novo e muito discutível sistema de pontuação do atual WRC. Tudo isto porque agora existem duas classificações distintas. No final de sábado é uma coisa, e a classificação de domingo é outra. O novo “Super Sunday” atribui nova pontuação aos sete primeiros classificados do dia, apesar da gestão de andamentos que os pilotos que lutam pela vitória na prova possam fazer. Assim, Lappi apostou na vantagem que tinha no final de sábado, deixando o “Super Sunday” entregue a outros candidatos. Elfyn Evans foi quem mais aproveitou o último dia de prova, mas também os “recuperados” Rovanpera, Neuville e Tanak, que aproveitaram este novo método de pontuação. Só assim se pode compreender como o vencedor Esapekka Lappi sai da Suécia com a vitória absoluta, mas com menos 5 pontos que que Evans e apenas mais um ponto que Thierry Neuville, que terminou na 4ª posição final atrás de um muito eficaz Adrien Fourmaux num Ford Puma Rally1, que deu à M-Sport novos motivos para continuar a sonhar.
A “justiça” da nova pontuação
Com um pódio que contou com três marcas diferentes, Lappi em Hyundai foi o grande vencedor das dificuldades da neve e do gelo suecos, com Evans em Toyota a terminar no 2º lugar a 29,6 segundos do vencedor e Fourmaux em Ford na 3ª posição a 47,9 segundos de Lappi. Contas feitas com base nas novas regras de pontuação do WRC, o vencedor Esappeka Lappi totalizou 19 pontos, mas Elfyn Evans que foi 2º, sai da Suécia com 24 pontos. Adrien Foumaux que foi 3º classificado e Thierry Neuville o 4º, somaram os mesmos 18 pontos. Para além desta muito discutível forma de pontuação, o WRC 2024 é comandado por Thierry Neuville que soma agora 48 pontos, seguido por Elfyn Evans com 45. Mais distantes estão Adrien Fourmaux com 29 pontos, seguido por Sébastien Ogier com 24 e por Ott Tanak com 21 pontos. Entre os construtores há empate entre a Toyota e a Hyundai que totalizam agora 87 pontos, contra os 47 somados pela M-Sport Ford. A próxima prova do WRC 2024 é o Rali safari do Quénia que se disputa entre 28 e 31 de março.