A dupla Miguel Correia/Jorge Carvalho, no Skoda Fabia Rally2 evo com as cores da Socicorreia, mantém a primeira posição no Campeonato de Portugal de Ralis depois de cumpridas as primeiras seis provas, mantendo intactas as suas aspirações ao título de campeão.
Foi no Algarve que o jovem piloto bracarense passou para a frente, não mais cedendo essa posição a uma forte concorrência. Com a primeira das duas provas do tudo ou nada dentro de um mês, Miguel Correia confessa-se pronto para a luta.
– Depois de uma fase ascendente em 2022 que o levou a conquistar a sua primeira vitória no CPR, reconhece que tem havido este ano uma certa “quebra”?
“Não, penso que não, até porque em 2022, embora tivesse já ganho um rali [Terras D’Aboboreira], nesta mesma fase da época eu não me encontrava na posição em que agora estou, ou seja, no primeiro lugar do CPR, com vários adversários muito próximos e com várias hipóteses ainda em aberto”.
– Saiu desiludido de Castelo Branco, tal como sucedeu agora na Madeira…
“Não, saí mais desiludido agora do Rali Vinho da Madeira e é fácil de perceber porquê. Faltou-me ritmo e confiança, enquanto em Castelo Branco sofri um furo que me fez perder tempo e talvez com isso tivesse mesmo hipotecado a luta pela vitória ou mesmo a obtenção de um pódio”.
– O que tem faltado, essencialmente, ao Miguel Correia nos últimos ralis?
“Talvez, com exceção do ‘Vinho da Madeira’, um pouco de sorte, já que nos três ralis anteriores furei sempre e numa ocasião duas vezes, até. São coisas normais que podem acontecer nos ralis. Necessito é de ter capacidade para dar a volta a essas adversidades…”
– No momento de refletir e fazer um balanço de 2023, não conclui a eventual necessidade de recorrer a um “coach” para melhorar alguns detalhes?
“Claro que há coisas a melhorar e a aprender. Muitas vezes as pessoas, os adeptos e até os jornalistas parecem ter a memória curta quando esquecem que eu faço ralis a este nível apenas há três anos e não há… 30. Portanto, tenho muito a melhorar e mais a aprender. Estou consciente que há margem de progressão e que a minha será maior se comparada com alguns adversários, que porventura estarão já no seu limite”.
– Vai fazer algo de diferente, em termos de preparação, para as duas últimas provas do CPR?
“Sim, vamos tudo por tudo, nesta fase da época, para matar ou morrer. E nós queremos tentar matar…”
– Há algum adversário que o esteja a surpreender esta época?
“Não, acho que todos se encontram no mesmo registo dos últimos anos. Neste momento há quatro pilotos candidatos ao título a duas provas do final da época, o que reflete o elevado nível competitivo do campeonato. Em anos anteriores nesta altura já estaria tudo decidido…”
– No próximo rali, em Chaves, os candidatos ao título vão andar todos a fundo do princípio ao fim?
“Claro que sim, nesta altura é obrigatório, não pode haver calculismos, dada a escassa diferença pontual entre os quatro candidatos ao título. Será necessária alguma cautela, sem dúvida, porque qualquer erro pode hipotecar as hipóteses de cada um. Dos quatro, só um pode acabar campeão e os outros vão ter que errar…”