Numa prova marcada pelo acidente de Armindo Araújo e Luís Ramalho que causou lesões complexas aos campeões nacionais, a Hyundai acabou por atingir todos os seus objetivos, alcançando na derradeira especial a vitória à geral com Hayden Paddon e o triunfo entre os concorrentes nacionais com o irlandês Craig Breen. O golpe final da Hyundai deu à marca dois lugares no pódio europeu e mais dois no nacional, conseguindo também os três melhores tempos na Power Stage. Paddon sai vitorioso na prova de abertura do Campeonato da Europa de Ralis, beneficiando do furo sofrido pelo Skoda de Mikko Heikkila na Power Stage, sendo acompanhado no pódio por George Linnamae que subiu ao 3º lugar, depois de Heikkila ter caído para o 8º lugar. Como se não fosse suficiente o sucesso europeu, a jogada da Hyundai ao inscrever Craig Breen no Campeonato de Portugal de Ralis resultou em pleno. Mesmo com alguns sustos pelo caminho, o andamento do piloto do WRC chegou e sobrou para bater a principal concorrência portuguesa. Breen vence para o CPR e a Hyundai coloca mais um i20 N Rally2 no pódio nacional com o 3º lugar de Ricardo Teodósio. Para além de tudo isto, a Hyundai conquista ainda os três primeiros lugares da Power Stage com Breen, Paddon e Linnamae. Era difícil ter corrido melhor, e a jogada da Hyundai Portugal ao inscrever um piloto estrangeiro de cunho mundial no campeonato nacional, acabou por ser conseguida, logo na prova inaugural.
Chuva e sol com estrelas europeias e mundiais
Um rali com dois dias distintos marcou a prova de abertura dos campeonatos europeu e nacional de ralis. Se Ricardo Teodósio deu um ar de sua graça ao ser o primeiro comandante da prova, depois de vencer a Super Especial noturna de Fafe, o primeiro “dia a doer” ficou marcado pela chuva, pelos maus pisos e, infelizmente, pelo grave acidente que vitimou Armindo Araújo e Luís Ramalho, destruindo o Skoda Fabia Rally2 da dupla campeã nacional. Primeiro foram Mads Ostberg e Mikko Heikkila a dividirem favoritismos entre Citroen e Skoda, surpreendendo Craig Breen que só conseguiu passar para o comando depois da 2ª passagem por Boticas/Vale do Tâmega, onde o piloto WRC da Hyundai vincou bem a sua diferença de andamento. Com muita chuva e pisos em péssimas condições, seria a especial seguinte a marcar a prova. A 2ª passagem por Botica/Senhora do Monte deixou marcas decisivas com o acidente de Armindo Araújo e Luís Ramalho, que baterem de frente e com violência numa árvore, destruindo o Skoda, mas foi aí também que o então líder Craig Breen perdeu 2m44 com um furo, terminando depois a especial com um pneu descolado. A partir daí seria Mikko Heikkila a tomar conta do comando da prova até à derradeira especial da prova. Em termos nacionais, Craig Breen entregou o comando do rali a Miguel Correia que passou a contar com 23,2 segundos de vantagem para o piloto irlandês que passou para o 2º lugar, na frente de Ricardo Teodósio a 46,9 segundos e, devido ao mau tempo e por questões de segurança, a organização cancelou as duas últimas especiais de classificação do dia.
No domingo o sol brilhou nas Serras de Fafe
As últimas 8 especiais do Rali Serras de Fafe foram vividas em tempo de verão. Sem chuva e até com o sol a brilhar, assistiu-se a momentos de emoção competitiva, com Mikko Heikkila a conseguir manter a pressão de Mads Ostberg e de Hayden Paddon que, no entanto, tentavam incomodar o líder. Para o Campeonato de Portugal, Miguel Correia ainda se manteve na liderança depois do primeiro troço do dia, acabando naturalmente por ceder logo na especial seguinte, com Craig Breen em ritmo mundial a conquistar o 1º lugar até ao final da prova. Com andamentos mais desejáveis, o europeu de ralis centrava as atenções em três pilotos e três marcas distintas. O Skoda Fabia de Heikkila, o Citroen C3 de Ostberg e o Hyundai i20 de Paddon. No CPR Breen aumentava de forma normal a vantagem para Miguel Correia e Ricardo Teodósio estabilizava na 3ª posição, com José Pedro Fontes a subir a pulso na classificação geral. A Power Stage, última especial da prova, viria, no entanto, a causar mais uma surpresa, quando se esperava por um duelo até aos últimos metros entre Heikkila e Paddon. O Skoda do piloto finlandês parou para a equipa mudar um pneu devido a furo e Hayden Paddon salta para a vitória, com heikkila a cair para o 8º lugar, deixando o pódio entregue a Paddon, Ostberg e Linnamae. A prova portuguesa contou com um vencedor irlandês, com Miguel Correia a terminar como o melhor português em prova na 2ª posição, seguido a larga distância por Ricardo Teodósio e José Pedro Fontes. Nas duas rodas motrizes o triunfo pertenceu a Ernesto Cunha em Peugeot 208. Uma abertura do Campeonato de Portugal de Ralis muito atribulada e marcada pelo acidente de Armindo Araújo, que terminou pela primeira vez com a vitória de um piloto irlandês. Miguel Correia, Ricardo Teodósio e José Pedro Fontes partem para o Algarve com boas perspetivas e o europeu de ralis passa a contar com um neozelandês na liderança. Resta agora esperar pelo rápido regresso de Armindo Araújo e Luís Ramalho.