Apenas um segundo e meio foi a diferença entre os automóveis mais rápidos no prólogo da Baja T.T. Montes Alentejanos ESC Online, que separou as Toyota Hilux das duplas João Ramos/Pedro Ré e Tiago Reis/Valter Cardoso. Ambos são, claramente, os mais fortes candidatos à discussão pela vitória final, de uma prova que somente terminará a meio da tarde de amanhã, domingo, depois de percorridos mais dois sectores selectivos, iguais, num total de 291 quilómetros.
“Acredito que com a minha antiga Toyota Hilux teria conseguido ser ainda mais rápido”, disse à revista Todo Terreno aquele que é, sem dúvida, o “Campeão dos prólogos”. João Ramos estreou-se ao volante de uma das novas Hilux T1+, “que ainda estou a conhecer, depois de apenas uma breve sessão de testes antes da prova”, estreando também um novo navegador: Pedro Ré. Esta pick-up, cedida por Benediktas Vanagas e pela Overdrive, “pois a minha ainda não está pronta”, adiantou João Ramos: “O comportamento é bastante diferente da Hilux V8 a que estava habituado, não só porque o novo motor V6 sobrealimentado se expressa a regimes diferentes, como até porque a suspensão evidencia um rolamento acentuado, que exige uma condução diferente”. Seja como for, Ramos não tem dúvidas em declarar que “a nova Toyota é bastante mais competitiva e confio que a adaptação será rápida, para que possa tirar o maior partido das capacidades desta viatura”.
Tiago Reis e Valter Cardoso admitem que comprometeram “uma provável vitória no prólogo precisamente na última curva”, contou-nos o pilotos, explicando que a Toyota Hilux “caí numa vala mais profunda do que esperávamos, aberta pela passagem dos SSV, que por um triz não nos deixou de rodas para o ar, mas que seguramente nos fez perder esse segundo e meio que fez a diferença”. Embora segundo no prólogo, Tiago Reis escolheu ser o primeiro a partir para o primeiro sector selectivo, que arranca pelo meio-dia deste sábado, levando atrás de si as Hilux T1+ quer de João Ramos e Pedro Ré, quer ainda de Lourenço Rosa e João Dias, dupla que foi a terceira mais rápida no prólogo, a 8,4 segundos dos vencedores, mas por apenas um segundo de vantagem sobre o Can-Am de Alexandre Pinto e Fausto Mota – os vencedores do grupo T3. Diga-se de passagem que tal como a expectativa é enorme relativamente à discussão entre as três Toyota Hilux que partem à frente, também o é relativamente aos três melhores do grupo T3, pois Alexandre Pinto impôs por menos de um segundo de avanço sobre o Can-Am de João Dias e João Miranda, seguindo-se a apenas quatro segundos o Can-Am de uma dupla com largo palmarés nos ralis: Armindo Araújo e Luís Ramalho, precisamente Campeões Nacionais de Ralis em título, que este ano estão a iniciar um novo projecto no todo terreno, “que espero nos leve até ao Rali Dakar, dentro de alguns anos!”
E já que falamos nos diversos grupos, assinale-se a vitória da dupla João e António Carvalho no grupo T4, batendo com o seu Can-Am o de Ricardo da Silva e José Maia por 2,6 segundos. No grupo T8 a supremacia para já cabe ao Opel Mokka de Nuno Matos e Ricardo Claro, por 8,1 segundos de margem face à Nissan Navara de Nuno Tordo e Filipe Salgueiro. No grupo T2, Rui Sousa e Carlos Silva assinalaram o regresso às competições – que faz desta a dupla com mais anos de participações em conjunto em actividade! – levando a Isuzu D-Max a vencer por 26,7 segundos de avanço sobre a Nissan Pick-Up de Francisco Dias e Mário Feio. Finalmente no grupo T9, a vitória para já tem como protagonistas Cesário Santos e Alexandre Gomes, numa Nissan Pick Navara…
E depois de um pequeno troço na sexta-feira à tarde, cumpre-se esta tarde a primeira das duas etapas da Baja T.T. Montes Alentejanos ESC Online, a prova de abertura do Campeonato de Portugal de Todo Terreno|AM48. São 145,5 quilómetros em contra relógio, por um percurso espectacular que descreve uma larga ronda a sul de Beja, que se estende até às povoações de Cabeça Gorda, Trindade, Entradas e Albernoa, antes de regressar ao ponto de partida. Do que tivemos oportunidade de ver, ao percorrer boa parte deste itinerário, descobrimos um traçado bastante rápido, onde os primeiros irão encontrar pisos duros, mas em bom estado; o que, provavelmente, já não será observado pelos últimos que, como sempre, sofrem com o desgaste da passagem dos veículos mais rápidos. E, sobretudo, com a passagem dos SSV que competem sob a égide da federação de motociclismo e que montam, geralmente, um tipo de pneus com piso muito ‘cardado’ que assegura imensa motricidade, mas também provoca um desgaste imenso dos pisos. Os SSV das categorias T3 e T4, que correm como automóveis que são, não podem utilizar esses pneus…
Texto: Alexandre Correia Fotos: AIFA/D.R.