A Škoda tem sido associada ao desporto automóvel praticamente desde o seu começo. Os automóveis que continuam esta tradição desportiva têm a designação RS.
O fabricante de automóveis checo com uma história muito rica em desporto automóvel disponibiliza atualmente cinco modelos RS: o Octavia RS, Octavia RS iV, Kodiaq RS, Enyaq Coupé RS iV e, mais recentemente, o Enyaq RS iV. “Os modelos RS são a ligação entre as conquistas da nossa marca no desporto automóvel e os nossos clientes que querem conduzir um veículo Škoda com um ADN desportivo”, diz Daniel Petr, o especialista interno em design de carros desportivos da Škoda.
Durante muitos anos, a base dos modelos RS tem sido o Octavia RS, a gama de modelos mais vendidos da marca está disponível nesta versão desde o facelift da primeira geração. À atual quarta geração foi atribuída um novo tipo de grupo propulsor. Para além da versão a gasolina com 180 kW (245 cv) e a versão diesel com 147 kW (200 cv), existe também uma versão híbrida plug-in, a Octavia RS iV, que produz uma potência total de 180 kW (245 cv) graças à combinação de um 1.4 TSI e um motor elétrico. No entanto, a vasta lista de escolhas não se limita ao tipo de motor: os clientes podem escolher o Octavia RS como liftback ou carrinha, com tração à frente ou em todas as rodas, e com transmissão manual ou DSG.
Filosofia Clara
O Octavia RS “tradicional” ilustra a filosofia da gama completa. “Os clientes gostam que o modelo RS seja diferente das versões regulares do modelo, tanto no design exterior como no interior. Para isso, é necessário utilizar tecnologia desportiva, como o motor e o chassis do veículo”, explica Daniel Petr. As alterações de design incluem tipicamente para-choques reformulados, diferentes pontas de escape,
spoilers, designs especiais de jantes e outros detalhes. No interior, existem bancos desportivos, encostos de cabeça integrados e, claro, logótipos RS e outras pequenas inclusões.
Ao mesmo tempo, Daniel Petr salienta que as alterações de design na versão RS não são só por razões estéticas. “Mudamos a aparência de acordo com a função desportiva do carro. Damos muita atenção ao arrefecimento do motor e dos travões, e a afinação aerodinâmica também é outro foco”, explica o designer. O interior é todo pensado para ter um ambiente desportivo e um design seguro e confortável (pedais, bancos).
Outro dos modelos RS que é muito bem-sucedido é o SUV Kodiaq. Este recebeu originalmente uma unidade 2.0 TDI com 176 kW (240 cv). Mas após uma atualização, o motor a gasolina 2.0 TSI já conhecido do Octavia RS. Tal como o Octavia, o Kodiaq RS ostenta o equipamento topo de gama que é uma parte integrante de todos os modelos RS.
Depois de muitas décadas, a placa de identificação RS também vai participar em competições de desporto automóvel. Aliás, o carro de rali construído com base na quarta geração Fabia chama-se Škoda Fabia RS Rally2. O carro de corrida tem um motor de 1,6 litros com cerca de 214 kW (289 cv) e está empenhado em aproveitar o enorme sucesso nas corridas da geração anterior.
Era elétrica
Para surpresa de muitos, o Fabia RS Rally2 não é o veículo da família RS mais potente do fabricante de automóveis checo. Essa distinção vai para dois veículos elétricos: o Enyaq Coupé RS iV e o Enyaq RS iV.
Estes têm uma potência do sistema de 220 kW (300 cv), tornando-os nos veículos de produção da Škoda mais potentes de todos os tempos. A tração às quatro rodas vem de série nestes modelos. A aceleração de 0 a 100 km/h demora apenas 6,5 segundos para ambas as versões. A velocidade máxima é limitada a 180 km/h, mais 20 km/h do que nas versões de veículos elétricos convencionais. Os veículos também utilizam a maior configuração de bateria com uma capacidade de 82 kWh.
Os modelos elétricos Enyaq RS iV representam assim um novo capítulo na gama de veículos desportivos da Škoda. Para assinalar esta nova era, o Enyaq Coupé RS iV foi ornamentado com o novo logotipo RS e o Enyaq RS iV também, e outros modelos RS seguiram o exemplo. Mas do ponto de vista de um designer, o veículo desportivo elétrico envolve, na realidade, menos modificações. “Não é necessário tanto trabalho técnico e funcional, por isso as mudanças de design são mais estéticas. Isto dá-nos uma solução de design mais limpa, onde não temos de nos preocupar em incorporar grelhas de refrigeração maiores ou, claro, omitir detalhes como pontas de escape”, diz Daniel Petr.
„A era eléctrica abre o caminho para novos designs que ajudarão a definir a visão futura dos modelos desportivos RS do Škoda.“
No entanto, os designers colocaram muito ênfase em ajustar melhor a aerodinâmica da carroçaria e dos pneus do carro. O coeficiente de arrasto é de apenas 0,265 para o Enyaq RS iV e 0,234 mesmo para o Enyaq Coupé RS iV. É aqui que importa a diferença entre os formatos da carroçaria mais práticos e elegantes do Enyaq RS iV e do Enyaq Coupé RS iV.
Este facto capitaliza a flexibilidade da plataforma MEB, criando espaço para diferentes soluções e variações. “A era elétrica abre o caminho para novos designs que ajudarão a definir a visão futura dos modelos desportivos RS da Škoda”, diz o designer de carros desportivos, sugerindo novos desenvolvimentos nesta área.
Raízes no desporto automóvel
Os atuais modelos RS remetem à longa história de carros desportivos da Škoda. Esta história começou muito antes do nome RS ter sido cunhado e inclui modelos lendários como o popular Škoda Monte Carlo, o Škoda 1101 Sport, o Škoda 1100 OHC e outros. A designação RS apareceu pela primeira vez em 1974 nos carros de corrida Škoda 180 RS e Škoda 200 RS. As duas letras significam “Rally Sport”, uma disciplina tradicional em que o fabricante de automóveis checo é um dos líderes até aos dias de hoje. Estes dois protótipos foram seguidos em 1975 pelo Škoda 130 RS, cuja maior realização foi o “double” na sua categoria no Rali Monte Carlo de 1977. Em 1981, o Škoda 130 RS ganhou também o Campeonato Europeu de Carros de Turismo.
Na história moderna, a designação RS também chegou aos modelos de produção. O primeiro modelo RS foi o Octavia RS 2000, que celebrou a chegada do carro de corrida Octavia WRC. O liftback e a carrinha eram alimentados por um motor 1.8 TSI com 132 kW (180 cv). No ano 2003 assistiu-se também ao lançamento do Fabia RS, derivado da primeira geração do hatchback, que foi o primeiro RS a utilizar um motor diesel. No entanto, é o Octavia o que tem carrega consigo a tradição dos modelos RS há mais tempo, e com a segunda geração começou a oferecer motores a gasolina e a diesel. Nas corridas de automóveis, o último carro a apresentar as famosas duas letras do nome foi o Fabia RS Rally2.