Yasir Seaidan e Alexei Kuzmich venceram a Baja da Jordânia e reforçaram a liderança da Taça do Mundo FIA de Bajas. O piloto saudita, sempre acompanhado pelo navegador russo, já tinha levado o Mini John Cooper Works Rally ao terceiro lugar na Baja do Dubai, vencendo a prova anterior, a Baja Al-Sharqiya. Desta vez, Seaidan discutiu a primazia com o holandês Eric Van Loon, mas depois de 559,77 quilómetros cronometrados, a Toyota Hilux inscrita pela Overdrive ficou a cinco minutos e 24 segundos do Mini da X-Raid…
Apenas três dezenas de equipas alinharam à partida da segunda edição da Baja da Jordânia! A quarta das nove provas que integram este ano o calendário da Taça do Mundo FIA de Bajas acolheu 15 automóveis, dos quais somente nove inscritos conforme as regras da FIA, a que se juntaram três quads e uma dúzia de motos. Nas duas rodas, assinale-se a presença do português Paulo Oliveira, que conseguiu o sexto posto final aos comandos de uma Husqvarna 450, vencendo ainda a sua classe.
O percurso da Baja da Jordânia foi integralmente decorrido no deserto de Wadi Rum, o extenso vale de um rio de enxurrada, onde somente na época das chuvas corre água. No sul do Reino da Jordânia, este deserto, que na língua local se chama Vale da Lua, devido às formações rochosas que o rodeiam, celebrizou-se há cerca de um século: era aí a partir daí que T.E. Lawrence lançava a sua operações que conduziram à grande revolta árabe que derrotou o Império Otomano e fez nascer, com fronteiras desenhadas a régua e esquadro pelos interesses britânicos, as nações do mundo árabe, como o Iraque, a Jordânia e a Arábia Saudita.
Correr nos cenários da revolta de Lawrence da Arábia
Toda a acção foi baseada na cidade de Aqaba, dividindo-se em duas etapas, com um total de 859,44 quilómetros, dos quais 559,77 foram disputados em ‘contra-relógio’. A primeira etapa contou logo com dois sectores selectivos e no primeiro, com 210,72 quilómetros, Eric Van Loon e Sébastien Delaunay destacaram-se como os mais rápidos. No entanto, a Toyota Hilux Overdrive desta dupla somente conseguiu ganhar um minuto e 27 segundos ao Mini John Cooper Works Rally de Yasir Seaidan, que se atrasou ao parar para trocar um pneu furado.
Yasier Seaidan voltou a furar no segundo sector selectivo e embora este fosse bastante mais curto, com apenas 112,99 quilómetros, Eric Van Loon sentiu algumas dificuldades com a navegação, acabando por ser batido pelo seu adversário. Assim, Yasir Seaidan, além de vencer o segundo troço cronometrado, conseguiu também ascender à liderança, por uma vantagem de apenas 26 segundos! A terceira posição era ocupada pela segunda Toyota Hilux inscrita pela Overdrive e confiada a Ronan Chabot e Gilles Pillot. Os dois franceses também não se entenderam com a navegação e só no primeiro dia perderam cerca de 13 minutos para os mais rápidos.
Yasir Seaidan distanciou-se na etapa final
A segunda etapa, com um único sector selectivo, o mais longo da prova – com 236,06 quilómetros – antevia-se animada, mas o duelo entre os dois homens da frente acabou por não ser tão renhido quanto se imaginou. Se na véspera Eric Van Loon tinha justificado ter perdido a liderança pelas dificuldades de navegação no segundo troço, onde foi o primeiro piloto a passar, no terceiro troço voltou a perder-se algumas vezes. E isso mesmo tendo a aparente vantagem de rolar atrás do Mini de Yasir Seaidan, que abriu caminho e não se enganou nunca.
Seja como for, mesmo voltando a furar um pneu, Yasir Seaidan venceu a última etapa e com isso dilatou a vantagem final para cinco minutos e 24 segundos! Quanto a Eric Van Loon, contentou-se com a segunda posição por largo avanço sobre Ronan Chabot: o intervalo entre as duas Toyota foi de 11 minutos e 16 segundos.
Todos os restantes classificados conduziram ‘veículos ligeiros’. A quarta posição coube ao Can-Am Maverick do saudita Saleh Abdullah Al-Saif, que repetiu a vitória no grupo T4, já obtida na prova anterior da Taça do Mundo FIA de Bajas. E o sucesso no grupo T3 foi novamente conquistado pela piloto saudita Dania Akeel! Esta jovem ficou no oitavo posto absoluto, à frente de Al-Attiyah; não Nasser, mas sim o seu irmão Khalifa Saleh, que só em penalizações por ter falhado ‘way-points’ levou uma conta impressionante…
Texto: Alexandre Correia Fotos: D.R.